Antídoto ao caos

Michelle Ramalho pode se tornar primeira mulher a chefiar CBF

Advogada preside Federação Paraibana de Futebol e é alternativa à sucessão de crises e escândalos na confederação

acessibilidade:
Michelle Ramalho preside a Federação Paraibana de Futebol e é nome forte para chefiar CBF (Foto: Raniery Soares/Paraíba Press/FPF)

Reeleita por aclamação no ano passado para comandar a Federação Paraibana de Futebol (FPF) até 2026, a advogada Michelle Ramalho Cardoso segue em ascensão como caso único de liderança feminina em entidade de futebol no Brasil. Ela é apontada como favorita à sucessão da Presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), conforme antecipou a Coluna Cláudio Humberto, ontem (19).

Representando um antídoto ao caos e ao histórico domínio masculino na CBF, o nome de Michelle Ramalho se fortalece em meio à nova confusão que derrubou a cúpula da confederação mais importante do futebol brasileiro, com destaque na América do Sul e no mundo, na Fifa.

A ascensão de Michelle à cúpula do futebol brasileiro amenizaria ainda a imagem de uma CBF que teve o ex-presidente Rogério Caboclo afastado por acusação de assédio moral e sexual contra uma funcionária da entidade, em 2021. Foi dela, inclusive, uma das reações mais incisivas para apuração do escândalo, ao concordar com o afastamento do dirigente e pedir rigor na apuração das graves denúncias. “A CBF é maior do que quaisquer de seus diretores ou presidentes”, afirmou, à época.

Além de ser um nome respeitado por correntes políticas diversas na entidade que detém a até agora imbatível conquista de um pentacampeonato pela seleção masculina, a dirigente nordestina marcaria posição de uma guinada na imagem de uma CBF que vive escândalos sucessivos, com sua credibilidade minada por ex-presidentes acusados, condenados e até presos por falcatruas.

Michelle Ramalho pode ascender da presidência da Federação Paraibana de Futebol ao comando da CBF (Foto: Raniery Soares/Paraíba Press/FPF)

Referência reconhecida

Ao ser reeleita para a FPF, Michelle chegou a ser elogiada pelo então presidente Ednaldo Rodrigues, afastado pela Justiça por irregularidades eleitorais na sucessão de Caboclo. Rodrigues destacou seu “trabalho de reconstrução do futebol paraibano, com foco na transparência e no desenvolvimento local”.

Outra sinalização do bom trânsito de Michelle entre a alta cartolagem nacional está sua aproximação do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que avalia o convite da paraibana para levar para Joao Pessoa uma partida do clube do Rio de Janeiro no Campeonato Carioca, no Estádio Almeidão.

Em outubro, a presidente da Federação Paraibana foi reconhecida como referência consagrada no mundo esportivo, ao ser anunciada como palestrante do Global Football Management, um evento internacional em Portugal.

Dividindo a missão esportiva com a função de Conselheira Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Michelle ainda não se manifestou publicamente sobre as articulações em torno de seu nome. Mas já figura com perfil bem distante de antecessores como Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, todos acusados de corrupção e banidos do futebol.

 

 

 

 

Reportar Erro