Compensação

Maceió compra 1º hospital com acordo da Braskem

Prefeito JHC anunciou aquisição da primeira unidade hospitalar municipal da capital alagoana que teve cinco bairros destruídos pela mineração

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Prefeito JHC ao anunciar a compra 1º hospital municipal de Maceió, com representantes do Hospital do Coração e Hospital Albert Einstein. (Foto: Itawi Albuquerque/Secom Maceió)

Recursos obtidos via acordo de compensação pela destruição de cinco bairros da capital alagoana, causada pela mineração de sal-gema pela Braskem, garantiram o investimento de R$ 266 milhões na compra do primeiro hospital público municipal de Maceió. A aquisição do Hospital do Coração foi anunciada ontem (29) pelo prefeito João Henrique Caldas, o “JHC (PL), que ainda firmou parceria para oferecer serviços do Hospital Albert Einstein, um dos melhores centros médicos da América Latina.

Rebatizado como Hospital da Cidade, a unidade particular que atendia a elite alagoana passará a ser mantido pela pasta municipal da Saúde e a oferecer atendimentos gratuitos na capital que tem 36,9% dos maceioenses vivendo na pobreza, segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais – 2022.

O foco dos atendimentos será maternidade, oncologia, exames diagnósticos e cirurgias gerais e com o Hospital do Coraçãozinho, para cuidar da saúde cardiológica de bebês .

O anúncio surpreendeu por ter sido precedido de mistério sobre uma nova ação “gigante”, lançado nas redes sociais pelo prefeito que espalhou pela cidade atrativos turísticos, como a cadeira gigante e o projeto de instalar uma roda-gigante na orla de Maceió. Além disso, a negociação com a direção do Hospital do Coração durou apenas 15 dias.

“Emancipamos de uma vez por todas a saúde do município. Entregaremos um hospital de alto padrão e iniciaremos uma nova fase da saúde pública de Maceió, logo após já avançarmos muito, com o lançamento de vários programas, como o Corujão da Saúde e o Saúde da Gente, assim como as reformas das principais unidades de saúde. Com muita coragem e responsabilidade, resolvendo dar mais esse passo, apresentando esse gigante e fazendo Maceió renascer. Com trabalho, a gente consegue mudar a vida de quem mais precisa”, destacou o prefeito JHC.

A previsão da Prefeitura de Maceió é de que o novo Hospital da Cidade passe a atender 20 mil maceioenses por mês, com 220 leitos, sendo 40 de UTI e 20 semi-intensivos.

Casas destruídas pelo afundamento do solo causado pela Braskem, no bairro do Farol, em Maceió. Foto: Itawi Albuquerque/Cortesia

Não é doação, é compensação

O novo investimento público com recursos obtidos junto à Braskem fica no bairro da Gruta, dividido apenas por uma avenida do lado oposto aos cinco bairros dos quais cerca de 60 mil vítimas foram expulsas de suas casas e empresas, por causa do desastre geológico causado pela escavação profunda e a exploração desenfreada das jazidas de sal-gema pela Braskem.

Segundo laudos do Serviço Geológico do Brasil, a empresa Braskem é responsável pelo colapso no solo no maior desastre socioambiental em área urbana do planeta, que transformou em cidade fantasma bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol. A instabilidade geológica causou tremores de terra em Maceió, em 2018, desde quando foi agravado.

Em julho deste ano, o prefeito JHC divulgou que fechou com a Braskem um acordo para a empresa investir R$ 1,7 bilhão na compensação pela destruição em Maceió.

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