'Autocrítica tardia'

‘Lula aceita que Marta tinha razão de criticar corrupção do PT’, ironiza Ciro

Senador que preside o PP lembra que ex-prefeita de São Paulo votou pelo impeachment e condenou esquemas do petrolão

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Senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP - Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) e senador Ciro Nogueira (PP-PI) abusou da ironia, nesta terça-feira (16), ao evidenciar a contradição política do presidente Lula e de seu Partido dos Trabalhadores (PT), na articulação do retorno da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy à sigla para ser vice-prefeita na chapa de esquerda da capital paulista. Para Ciro, o esforço pela refiliação da ex-secretária do prefeito Ricardo Nunes (MDB) seria uma “autocrítica tardia” de Lula e seus partidários, admitindo que Marta tinha razão ao condenar a corrupção do PT e rejeitar a tese de que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe.

O presidente nacional do Progressistas lembrou que Marta votou pela cassação da então presidente da República, em 2016, quando trocou o PT pelo MDB e criticava os esquemas do petrolão que foram alvo central da Operação Lava Jato.

“Com alguns anos de atraso, o PT faz sua autocrítica com a volta de Marta ao partido. Ela votou pelo impeachment e sempre disse que nunca houve ‘golpe’. Ela condenou a corrupção do PT. Sua volta significa que, pelo menos nisso, o PT e o presidente aceitam que ela tinha razão”, escreveu Ciro, em seu perfil da rede social X. 

Marta encontrou Lula enquanto ainda era secretária do prefeito Ricardo Nunes, com Rui Falcão, e o marido da ex-prefeita de SP, Márcio Toledo. (Foto: Reprodução/X/Rui Falcão).

O retorno de Marta ao PT foi sacramentado na semana passada, como estratégia para fortalecer, como vice, a chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) para a Prefeitura de São Paulo. Tudo isso após a consolidação do vínculo político de Marta com o prefeito Nunes, que é aliado ao rival de Lula e dos petistas, Jair Bolsonaro.

O prefeito Ricardo Nunes oficializou, há exatamente uma semana, a demissão de Marta Suplicy do cargo de secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, uma boquinha mensal de mais de R$ 32 mil brutos para a ex-prefeita que irritou o chefe do Executivo paulistano, por articular uma chapa contra a própria reeleição do prefeito.

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