Lira é acusado de manobrar para PT roubar vaga do Novo na CPMI
Marcel van Hatten disse que o presidente da Câmara "rasgou o regimento"
O partido Novo não engoliu ter ficado de fora da lista de integrantes da CPMI de 8 de Janeiro, e acusou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de manobrar para destinar ao Partido dos Trabalhadores (PT) a vaga que seria da sigla. O deputado Marcel van Hatten (Novo-RS) afirmou ontem (3), na tribuna do Plenário, estar preocupado que o autoritarismo do governo de Lula (PT) também se instale na Câmara, ao acusar Lira de ser autoritário e rasgar o regimento da Casa, para favorecer o partido do presidente da República na CPMI que foi para a geladeira por gestão do governo, como diz a Coluna Cláudio Humberto desta quinta-feira (4).
Para o parlamentar gaúcho, a participação do Novo na Comissão Mista de Orçamento (CMO)da Câmara nas comissões mistas de medidas provisórias demonstraria que também deveria compor a CPMI que investigará os ataques aos Poderes da República que visavam destituir Lula.
“O presidente Arthur Lira não pode mandar ao presidente do Senado e do Congresso um documento rasgando o regimento, retirando o Novo. Não é possível que o regimento desta Câmara seja, de forma absurda e autoritária, rasgada. Queremos a vaga do Novo, não porque temos apenas vontade de trabalhar pelo Brasil, mas, principalmente porque queremos Justiça”, protestou Marcel van Hatten.
Assista:
Regimento cumprido
Em ofício enviado à Presidência do Congresso, Arthur Lira justificou a vaga para o PT, afirmando que cumpriu o regimento da Câmara. Para ele, os blocos e partidos na Câmara devem ser a base para o cálculo de proporcionalidade a definir a quantidade de vagas a serem ocupadas por cada bancada.
A CPMI deve iniciar com maioria de sua composição formada por aliados de Lula, com pelo menos 20 das 32 vagas na comissão formada por deputados e senadores.
Na Câmara, os espaços devem seguir a seguinte proporcionalidade:
– Bloco PDT, PP, União Brasil, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e PSDB-Cidadania – 5 vagas;
– Bloco PSD, MDB, Republicanos, Podemos/PSC – 4 vagas;
– PL – 3 vagas;
– Federação PT/PCdoB/PV – 3 vagas;
– Federação PSOL/Rede – 1 vaga.
No Senado, os espaços devem seguir a seguinte proporcionalidade:
– Bloco Democracia: Podemos, MDB, União Brasil, PDT, PSDB – 6 vagas;
– Bloco Resistência Democrática: PT, PSD, PSB, Rede – 6 vagas;
– Bloco Aliança: PP, Republicanos – 2 vagas;
– Bloco Vanguarda: PL, Novo – 2 vagas;