Lira critica veto do Carrefour às carnes brasileiras
Presidente da Câmara dos Deputados propõe reação do Brasil contra "protecionismo exagerado” de grupo francês
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), criticou, nesta segunda-feira (25) , o boicote às carnes dos países do Mercosul, anunciado na semana passada pelo CEO global da rede francesa de hipermercados Carrefour, Alexandre Bompard. A defesa dos exportadores nacionais das proteínas animais foi feita durante a abertura do CNC Global Voices, evento promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em São Paulo (SP).
“Nos incomoda muito o protecionismo europeu, principalmente da França contra o Brasil, que deverá ter por parte do Congresso Nacional, em sua pauta, a lei da reciprocidade econômica entre países. Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul”, condenou Lira.
No evento em que exaltou avanços nacionais protagonizados pelo Congresso Nacional para o setor, Lira defendeu uma resposta clara do Brasil, do parlamento, em conjunto com empresários e com a população contra o que classificou como “protecionismo exagerado” do grupo francês contra carnes do Brasil, da Argentina e do Uruguai.
A decisão do Carrefour seria um gesto de proteção ao agronegócio francês, que teme eventual acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Reação no Legislativo
A defesa das exportações e da economia brasileira contra atos protecionistas como o do Carrefour levará a Câmara dos Deputados a apreciar o Projeto de Lei (PL) 1406/24, que proíbe o governo brasileiro de propor ou assinar acordo internacional com cláusulas ambientais que restrinjam a exportação de produtos brasileiros, sem que os países signatários adotem medidas de proteção ambiental equivalentes.
O projeto propõe alterar a Lei 12.187/09, que trata da Política Nacional sobre Mudança no Clima (PNMC). E ainda obriga o governo a criar o Programa Nacional de Monitoramento da Isonomia Internacional de Políticas Ambientais, para monitorar países com os quais o Brasil tenha relações comerciais e ambientais.