Líderes da oposição calam diante de operação contra Carlos Bolsonaro
Lideranças ficaram inertes nas redes sociais onde despejaram indignação contra duas operações anteriores à que hoje mira o filho de Jair Bolsonaro
Até o início da tarde desta segunda-feira (29), nenhuma das lideranças da oposição ao presidente Lula (PT) no Congresso Nacional saiu em defesa do novo alvo do cerco do Supremo Tribunal Federal (STF) a parlamentares opositores do governo petista: o vereador carioca Carlos Bolsonaro, partidário e filho mais próximo do rival do petista e ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O silêncio nas redes sociais dos líderes oposicionistas marcou as primeiras horas após a terceira operação da Polícia Federal, em 11 dias, contra políticos do entorno do ex-presidente Bolsonaro. E foi mantido, mesmo com o alvo da vez tendo policiais federais vasculhando, não apenas seu gabinete parlamentar no Legislativo carioca, mas também numa casa de praia em que o filho do rival de Lula estava com o Jair Bolsonaro e demais políticos do clã, em Angra dos Reis (RJ).
A inércia ocorre após uma intensa semana de reações públicas às duas operações deflagradas, no dia 18, contra o líder da oposição da Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), na nova fase da Operação Lesa Pátria; e na quinta-feira (25), contra o ex-chefe da Agência Brasileira de Investigação (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), na Operação Vigilância Aproximada.
Nem mesmo o irmão do novo alvo, que é líder da minoria no Congresso Nacional, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apressou-se em acionar uma reação em suas redes, contra mais uma operação autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O silêncio repetiu-se com Jordy, investigado por suposta ligação com atos contra a eleição de Lula e ataques às sedes dos Poderes da República, no 8 de Janeiro de 2023.
Também calou o líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN), que chegou a conduzir senadores líderes partidários para pressionara, pessoalmente, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, pela saída de Moraes dos inquéritos sobre atos antidemocráticos.
E até o verborrágico presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, evitou repetir, em defesa de Carlos Bolsonaro, a indignação exposta nos últimos dias, contra operações que classificou como perseguição política. Calou, mesmo diante da iminência de a sigla que preside nacionalmente ser comandada, no Rio, pelo vereador carioca e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, maior estrela de seu partido.