Processos adulterados

Hacker é preso em SC por 80 invasões a sistemas judiciais no Brasil

Operação Skyfall prendeu homem que usou habilidades para falsificar documentos e adulterar processos

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Operação Skyfall apreendeu arma colete máscaras e computador com 1 terabyte em dados com hacker (Fotos: Reprodução/MPSC)

O Ministério Público do Estado de Santa Catarina divulgou nesta terça (28) que prendeu um hacker responsável por 80 invasões a sistemas judiciais brasileiros. A prisão ocorreu durante a Operação Skyfall, iniciada ontem (27) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), por meio do CyberGaeco, no âmbito da investigação da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Curitibanos (SC).

O hacker acusado de invadir os sistemas da Justiça do Brasil para falsificar documentos e adulteração de processos judiciais foi flagrado com um computador que armazenava mais de 1 terabyte de dados minerados de um número indiscriminado de usuários da internet. Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão na cidade de Curitibanos foram expedidos pela Vara Regional de Garantias da Comarca de Lages.

“Essas informações foram compiladas em um sistema próprio desenvolvido pelo investigado, que, de forma automatizada, possibilitava a violação de credenciais e o acesso a plataformas privadas e a sistemas judiciais e de órgãos de segurança e saúde. As atividades foram realizadas mediante a exploração de vulnerabilidades representando grave ameaça à integridade das informações sensíveis”, disse o MPSC, ao divulgar a operação, que também apreendeu uma pistola automática, colete e máscaras.

Crimes desde a adolescência

Documentos e equipamentos apreendidos servirão para aprofundar a investigação e localizar mais evidências sobre a atuação do hacker e possíveis cúmplices. E o suspeito já havia sido investigado anteriormente por crimes cibernéticos, ainda na adolescência.

“Ele é suspeito de ter violado mais de 80 credenciais de usuários, com diversos níveis de acesso, e de ter utilizado suas habilidades para falsificar documentos e adulterar processos. O objetivo dessas ações era prejudicar a marcha processual e afrontar os sistemas judiciais. Além disso, as evidências apontam que o investigado utilizava ferramentas avançadas para ocultar suas ações, dificultando a detecção das invasões”, relatou a Comunicação Social do MPSC.

Operação do CyberGaeco de Santa Catarina prendeu hacker investigado desde a adolescência (Foto: Reprodução MPSC)

Ação integrada 

A Skyfall reuniu o Gaeco e Cyber Gaeco, com apoios do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), da Polícia Científica de Santa Catarina para preservação das evidências de interesse criminalístico.

E o nome da operação faz referência ao esforço conjunto de colaboração interagências, considerado essencial para o sucesso da luta contra crimes cibernéticos. E é uma alusão à determinação e resiliência das autoridades, comparada ao modo como o agente James Bond, representado nos cinemas, enfrenta desafios para proteger o que é valioso.

“Neste caso, a operação simboliza o empenho das autoridades em combater a ameaça representada pelo hacker responsável pela manipulação de dados no sistema judicial. A ‘queda’ do criminoso é inevitável, e a operação visa restaurar a ordem e a confiança no sistema de tramitação processual, garantindo a transparência e a integridade dos processos”, destaca o MPSC.

Troca periódica de senhas  

O CyberGaeco sugeriu que usuários de internet não repitam senhas em sites ou acessos diversos, bem como mantenham uma postura constante de troca de senhas, como medidas de prevenção a acessos indevidos e de segurança de informação.

“Essas ações, de relativa simplicidade, dificultam o acesso indevido a informações que necessitem ser protegidas”, aconselhou o grupo de instituições catarinenses que compõem uma força-tarefa com Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, cujo objetivo é identificr, prevenir e reprimir as organizações criminosas.

O CyberGaeco também é uma força-tarefa especializada que identifica, busca prevenir e reprimir infrações penais praticadas especialmente em ambientes virtuais. (Com MPSC)

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