Operação Élpis

Dino diz que ex-PM delatou Ronnie Lessa e ex-bombeiro no caso Marielle

Delação tão condenada por petistas na Lava Jato é mote de operação para apurar morte de vereadora do Rio e motorista

acessibilidade:
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz ao deixarem a Delegacia de Homicídios, na Barra. Foto: Arquivo/Reprodução/TV Globo

O ministro da Justiça, Flávio Dino, confirmou que a Operação Élpis foi deflagrada nesta segunda-feira (24) para investigar assassinos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes tendo como base a delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz. O ministro disse que o delator teria admitido a própria culpa no caso e detalhado a participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso hoje, do ex-policial reformado Ronnie Lessa e de outras pessoas no atentado a tiros que até hoje não teve mandante identificado.

O instituto da delação premiada, bastante condenado por petistas por ter levado o presidente da República a ser preso por crimes na Operação Lava Jato fez com que o ex-bombeiro conhecido como Suel voltasse a ser preso na manhã de hoje, na operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

“O senhor Élcio fez uma delação premiada, essa delação foi homologada e resultou na operação de hoje. Ele revelou a participação de um terceiro individuo [Suel] e confirmou a participação dele próprio, do Ronnie Lessa e outras pessoas como copartícipes”, disse Dino, em entrevista coletiva.

O ministro disse que as investigações seguem em aberto, mas ressaltou que a a Operação Élpis marcaria um avanço que muda o patamar da apuração do crime. “Naturalmente, há aspectos que estão em investigação sob segredo de Justiça. Nas próximas semanas, provavelmente haverá novas operações derivadas desse conjunto de provas colhidas hoje“, antecipou o ministro da Justiça.

Élcio Queiroz foi preso em 2019, acusado de dirigir o veículo usado para matar Marielle e Anderson, na noite de 14 de março de 2018. Suel foi preso em junho de 2020 e Ronnie Lessa está preso desde março de 2019.

Dino afirma que a operação de hoje resultou de novas provas colhidas e reanalisadas pela PF, desde fevereiro, que confirmariam “de modo inequívoco”, a participação deÉlcio Queiroz e Ronnie Lessa na execução da vereadora e de seu motorista.

Além do mandado de prisão preventiva de Suel, a Operação Élpis cumpriu sete mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio e na região metropolitana.

Reportar Erro