Dois textos alternativos

CPI da Americanas pode rejeitar hoje relatório final sem culpados

Relator enfrenta resistências de deputados que apresentaram dois votos em separado, que pode substituir relatório final

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Relator da CPI das Americanas, Carlos Chiodini (MDB-SC), não propôs indiciamentos de culpados por rombo bilionário na varejista. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Após dois adiamentos por pedido de vistas coletivo e com apresentação de dois votos em separado, a CPI das Americanas aprecia, na tarde desta terça-feira (26), o relatório final da investigação da Câmara dos Deputados sobre o rombo contábil de R$ 20 bilhões da gigante varejista. O texto do relator Carlos Chiodini (MDB-SC) não indicia culpados sobre a suspeita de fraude contábil; e pode ser substituído pelos votos apresentados por três deputados que discordam da posição de não incriminar responsáveis.

Em seu parecer apresentado no dia 5 de outubro, Chiodini não apresentou conclusão sobre eventuais culpados pelo dano bilionário nas contas das Americanas. Seu argumento foi de que seria imprudente fazer acusações sem provas conclusivas, porque os inquéritos policiais em andamento não alcançaram elementos suficientes para incriminação de culpados.

Sem indiciar ninguém, Chiodini sugere quatro projetos de lei para melhorar a governança corporativa e combater a corrupção em empresas privadas, de modo a evitar fraudes.

Alternativas ao relatório 

Os deputados Alfredinho (PT-SP) e Tarcísio Motta (Psol-RJ) em conjunto com a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) apresentara na última reunião do dia 19 dois votos em separado, que contrastam com o relatório final e somente são colocados em votação, caso o texto do relator oficial seja rejeitado.

O voto em separado proposto por Motta e Melchionna responsabiliza três acionistas do grupo Americanas S/A: Carlos Alberto da Veiga Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Hermann Telles. E indicia administradores das empresas de auditoria externa PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes LTDA e KPMG do Brasil, incluindo ainda como indiciados os bancos Santander S/A, Itaú Unibanco S/A e ABC Brasil.

O deputado petista Alfredinho elaborou seu voto em separado confrontando o que chama de “neutralidade excessiva” do relatório de Chiodini. O parlamentar paulista contesta a tese do texto oficial de que os acionistas, especialmente os de referência, seriam vítimas e não efetivos responsáveis pela saúde da empresa e a sua condução.

 

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