Conselho Europeu convoca reunião sobre guerra entre Israel e Hamas
Presidente do colegiado quer definir posição comum e linha de ação clara dos países da União Europeia
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convocou para próxima terça-feira (17) uma cúpula extraordinária por videoconferência com os líderes dos países da União Europeia. O objetivo é discutir a guerra deflagrada entre Israel e o grupo terrorista Hamas, após o que destacou como brutais ataques terroristas que mataram mais de 1.300 civis israelenses.
Em carta divulgada ontem (14), Michel explica que a reunião visa estabelecer uma oposição comum dos países membros da União Europeia, conforme seus tratados e os valores, para que haja uma linha de ação clara e unida que reflita sobre complexidade do conflito.
O presidente do Conselho Europeu antecipou que há total solidariedade ao povo de Israel e às vítimas dos ataques terroristas. E salientou que a guerra tem muitas consequências, inclusive para nós, na União Europeia.
“Israel tem o direito de se defender em plena conformidade com o direito internacional, em particular o direito humanitário internacional. As cenas trágicas que estão ocorrendo na Faixa de Gaza devido ao cerco e à falta de bens de primeira necessidade, combinadas com a destruição causada pelos significativos bombardeios, estão fazendo soar o alarme na comunidade internacional”, declarou o líder europeu, no documento.
Charles Michel ressalta que a União Europeia sempre foi e deverá ser uma firme defensora da paz e do respeito pelo direito internacional, como no caso da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. E deve trabalhar no sentido de prestar assistência humanitária e evitar uma escalada regional do conflito e quaisquer violações do direito humanitário.
Considerou fundamental um forte envolvimento com mediadores regionais mais afetados pelo conflito, capazes de desempenhar papel eficaz. Sem perder de vista a importância de procurar uma paz duradoura e sustentável, com base em uma solução de dois Estados, por meio de esforços revigorados pela paz no Oriente Médio.
“O conflito poderá ter consequências importantes para a segurança das nossas sociedades. Se não tomarmos cuidado, poderá exacerbar as tensões entre as comunidades e alimentar o extremismo. […] Existe um grande risco de migração e movimentos de um grande número de pessoas para países vizinhos que já têm um número significativo de refugiados no seu território. Se não for tratado com cuidado, existe o risco de ondas migratórias futuras para a Europa. É imperativo que enfrentemos todos estes desafios em conjunto. Nossa unidade é nossa força”, conclui Michel, na carta às lideranças europeias.