Fatura chegou

Brasileiros pagarão mais de R$3 milhões por danos à Câmara dos Deputados

Sem contabilizar obras de arte de valor incalculável, estimativa inclui 400 computadores, viaturas, TVs, mobílias e vidraças

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Vidros do Salão Negro do Congresso Nacional foram destruídos. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A fatura a ser paga pelos brasileiros pela invasão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que destruíram as sedes dos Poderes da República, no último domingo (8), já superou o patamar de R$ 3 milhões, somente pelos danos ao patrimônio da Câmara dos Deputados. A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (10) considera apenas objetos e equipamentos que podem ser repostos, como computadores, vidros, veículos e outros itens de mobiliário.

Serão mais de R$ 2 milhões somente para repor 400 computadores destruídos no ataque motivado pela não aceitação da vitória do presidente Lula (PT) no segundo turno das eleições presidenciais.

O relatório preliminar da Câmara cita que duas viaturas usadas pela Polícia Legislativa foram danificadas e têm custo estimado em R$ 500 mil. Já os vidros destruídos das fachadas e do interior da Câmara devem custar R$ 100 mil aos bolsos dos brasileiros.

Áreas queimadas e danificadas no tapete do Salão Verde, que ainda estragaram pela inundação com acionamento de hidrantes pelos invasores terão custo estimado em R$ 20 mil pela reposição de aproximadamente 100 m².

Os danos aos dois monitores do painel de vídeo wall do Colégio de Líderes custarão R$ 10 mil, além de cadeiras e uma mesa de telefone. Foram três TVs danificadas das lideranças partidárias, com estimativa de R$ 2 mil cada. E ainda houve danos às mesas de vidro do Salão Verde e cadeiras operacionais das lideranças do PSDB e do PT (queimadas pelos invasores).

Não foram levantados os custos com mão de obra e material necessários à limpeza dos ambientes e reparos emergenciais, como da rede elétrica da plataforma superior do Palácio do Congresso.

Obras de arte fora da conta

A Câmara ainda não estimou os custos relativos à destruição e furto de obras de arte e presentes protocolares. Muitas das peças, que estavam expostas na vitrine do Salão Verde, são de valor inestimável.

Ficaram fora da conta dos prejuízos, por exemplo, a avaria do muro artístico do artista Athos Bulcão, danificado em um dos módulos.

A avaliação preliminar das obras de arte constantes do acervo da Casa detectou os seguintes itens danificados ou destruídos:

  • dos 46 presentes protocolares expostos no Salão Verde, 6 estão desaparecidos ou irrecuperáveis. Muitos foram encontrados com danos pontuais que poderão ser restaurados;
  • Muro Escultórico, de Athos Bulcão, 1976 – perfurado na base;
  • Bailarina, de Victor Brecheret – descolada da base; e
  • Escultura Maria, Maria, de Sônia Ebling, 1980 – marcada com paulada.

A Câmara informa ainda que não foram danificadas:

  • Escultura de Alfredo Ceschiatti, em bronze fundido, de 1977, conhecida como Anjo – Salão Verde;
  • Painel Candangos, de Emiliano Di Cavalcanti, de 1960 – Salão Verde;
  • Painel Araguaia, de Marianne Peretti, 1977 – Salão Verde; e
  • Painel Alumbramento, de Marianne Peretti, 1978 – Salão Branco/Chapelaria​.

Áreas atingidas

A invasão da Câmara atingiu as seguintes áreas: rampa do Congresso Nacional, plataforma superior – área das cúpulas, varanda frontal do Congresso, Salão Negro, Salão Branco (Chapelaria), Salão Verde, Plenário Ulysses Guimarães, Hall das Secretarias, corredores das lideranças (pisos inferior e superior), sala do Colégio de Líderes, liderança do PT e liderança do PSDB.

O edifício principal da Câmara dos Deputados corresponde à maior área do Palácio do Congresso Nacional. A responsabilidade pela outra parte do edifício do Congresso Nacional é do Senado Federal, que também foi invadido e sofreu depredação. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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