'Não é mais seguro"

Brasileiros em Gaza temem sair de escola sem corredor humanitário

Relato de brasileira evidencia o desespero de grupo que tenta se proteger da guerra na cidade de Gaza

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Brasileira Shaed Albanna está com cerca de 30 pessoas em escola na cidade de Gaza (Foto: Reprodução/Agência Brasil)

Cerca de 15 brasileiros abrigados em uma escola católica na cidade de Gaza temem ter que atender a ordem de evacuação determinada pelas Forças de Defesa se Israel e deixar o local em direção ao sul da região dominada pelo Hamas, sem que haja a abertura de um corredor humanitário. É o que disse, nesta sexta-feira (13), uma das brasileiras ouvidas pela Agência Brasil sobre as informações de que o lugar não é mais seguro, enquanto o Ministério das Relações Exteriores do Brasil tenta confirmar a informação e garantir a repatriação. 

Desesperada, a brasileira Shaed Albanna, de 18 anos, contou que há cerca de 30 pessoas nessa escola e haveriam dois ônibus para transportá-los a qualquer momento.

Shaed nasceu no Brasil e foi à Gaza com a irmã, de 13 anos, para visitar a mãe que estava doente e faleceu de câncer. Elas estão ainda acompanhadas pela avó. “A escola não é mais um lugar seguro. Os israelenses estão entrando pelo país, todo mundo está saindo fugindo. Eu não quero morrer.”, relatou, chorando.

Israel informou aos agentes das Nações Unidas que a região norte da Faixa de Gaza, onde vivem 1,1 milhão de pessoas, deve ser evacuada em 24 horas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou para a ordem seja revista porque não há tempo hábil para retirar todo mundo e teme a escalada da crise humanitária.

“Como é que 1,1 milhões de pessoas poderão atravessar uma zona de guerra densamente povoada em menos de 24 horas? Estremeço ao pensar quais seriam as consequências humanitárias da ordem de evacuação”, afirmou Martin Griffiths, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência.

Nessa quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente de Israel, Issac Herzog, e apelou para que seja aberto um corredor humanitário que permite às pessoas saírem da Faixa de Gaza. (Com informações da Agência Brasil)

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