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Coronel da PM é absolvido por abuso a mulheres

Francisco Eronildo Feitosa é acusado de atentado ao pudor

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A Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, composta por cinco oficiais da Polícia Militar, absolveu ontem (16) o coronel Francisco Eronildo Feitosa da acusação de atentado violento ao pudor contra duas mulheres. Todos os coronéis votaram pela absolvição do colega de trabalho, seguindo pedido do Ministério Público.

O coronel Feitosa foi acusado de tentar abusar de duas mulheres em um bar de Vicente Pires em 2012, sendo uma delas sargento da PM e a outra garçonete. Segundo o TJDFT, Francisco Eronildo, após ingerir bebida alcoólica, dirigiu comentários grosseiros e de cunho sexual à funcionária do bar. Na mesma ocasião, a 3ª sargento tentou contê-lo e também foi assediada por ele de maneira desrespeitosa e imprópria. As imagens de segurança do bar registraram as cenas.

A garçonete entrou com ação contra o militar no Juizado Especial Criminal de Taguatinga. Por ser réu primário e por atender aos requisitos legais exigidos para crimes de menor potencial ofensivo, o coronel fez acordo com a Justiça. T

No julgamento de ontem, o promotor do caso sustentou: “O acusado efetivamente cometeu uma infração penal. Por outro lado, as vítimas entraram com dois ou mais processos. E assim necessário se faz falar que ninguém poderá ser punido mais de uma vez por uma mesma infração penal”, disse.

Revolta

A absolvição do coronel gerou revolta na Polícia Militar. Os policiais alegam que não é justo cinco coronéis julgarem outro coronel, pois a decisão já é de conhecimento de todos. "Se fosse ao contrário, um soldado sendo julgado, sabemos que ele seria condenado", disse um PM, que prefere não se identificar. A Associação de Praças (Aspra) divulgou nota de repúdio sobre a conduta do oficial quando o caso do bar foi divulgado.

Polêmicas

Outra situação polêmica envolvendo o nome do oficial ocorreu em fevereiro de 2014. Então tenente-coronel, Feitosa foi encontrado caído ao lado de uma viatura da PM, em uma rua de Águas Claras, com uma pistola .40 na cintura e sinais de embriaguez, como registrado à época. O caso foi alvo de uma sindicância dentro da corporação.

Mas isso não impediu que ele fosse promovido a coronel, mais alta patente da polícia. A promoção de tenente-coronel a coronel desagradou aos policiais militares. Em nota, a Aspra repudiou o fato: "A Aspra não se conforma e não aceita a promoção de um cidadão, que no lugar de trabalhar para honrar a corporação a que serve e é paga pela sociedade para tê-lo como defensor da cidadania, faz justamente o contrário: jogou a glória da PMDF na lama do ventilador."

Em janeiro de 2016, o já coronel Feitosa foi escolhido chefe do Departamento de Logística e Finanças (DLF) do subcomando-geral da corporação. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do DF do dia 12. 

A comunicação da PM e o comando-geral não quiseram se pronunciar.

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