Tribunal de Contas do Estado

Conselheiro chama governador do Amazonas de ‘cleptomaníaco’ e ‘ladrão’

Wilson Lima vetou projeto de lei que quebrava o monopólio do gás no Estado

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O conselheiro Ari Moutinho Junior, do TCE-AM, e o governador do Amazonas e ex-apresentador de TV Wilson Lima.

O conselheiro Ari Moutinho Junior, do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), chamou o governador Wilson Lima de “cleptomaníaco”, “analfaberto” e “ladrão”, durante audiência pública nesta segunda-feira (15) sobre a quebra do monopólio do gás natural, uma das maiores riquezas do Estado, entregue à Cia de Gás do Amazonas (Cigás), onde o governo tem 51% das ações, mas na prática é controlada pelo empresário baiano Carlos Suarez. Ele chegou a se referir à Cigás como “quadrilha” e a Suarez como “chefe da quadrilha”, e pediu prisão inclusive para os representantes da empresa que participaram da videoconferência.

A audiência pública foi promovida pela Assembleia Legislativa do Amazonas e transmitida online, na tarde desta segunda-feira (15), após Wilson Lima vetar integralmente o projeto de lei de autoria de Josué Neto (PRTB) e aprovado pelos deputados estaduais. O veto do governador provocou revolta e novas suspeitas de corrupção. Wilson Lima responde a sete processos de impeachment na Assembleia.

“Esse governador, analfabeto, imbecil, ladrão, um homem que consegue transformar vinho em respirador, quê que eu posso falar mais? Rindo, dançando na cara do povo amazonense, sapateando na nossa dor, na nossa fome, basta”, concluiu o conselheiro e se retirou da live.

“Parem a brincadeira! Esse governador cleptomaníaco, esse governador chefe de quadrilha, investigado pela Procuradoria da República, tem que respeitar o Estado do Amazonas”, desabafou o conselheiro, um dos maiores estudiosos do assunto e defensor da quebra do monopólio da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), que fatura mais de R$100 milhões por mês e destina três quartos dos seus resultados a Suarez e demais sócios do empreendimento, ficando no Estado, segundo os deputados, apenas uma pequena parcela.

A queda do monopólio da Cigás significaria uma oportunidade para a economia do Amazonas, gerando 37 mil empregos diretos, além da maior arrecadação para os municípios do estado do Norte.

“Esses bandidos estão matando o povo do Amazonas de fome, 61 municípios sem nenhum respirador”, afirmou o conselheiro na live. “Temos o Amazonas como um dos piores IDH do Brasil. O povo passando fome, morrendo de fome e pisando numa riqueza, por interesses conflituosos que estão matando os amazonenses de fome, matando os amazonenses por uma péssima saúde”, disse Ari Moutinho Junior.

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