109 feridos em 2015

Coletores de lixo se ferem com materiais cortantes

Cacos de vidro e pregos são alguns materiais jogados fora

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Cento e nove trabalhadores das coletas de lixo convencional e seletiva do Distrito Federal se feriram neste ano com materiais cortantes e pontiagudos descartados de maneira incorreta. O número é das três empresas terceirizadas — CGC, Valor Ambiental e Sustentare — que fornecem o trabalho ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU), e contabilizado até sexta-feira (23). São considerados materiais desse tipo garrafas, copos e cacos de vidro, pedaços de espelho, espetinhos de churrasco e pedaços de madeira, lâminas e latas. Pregos, parafusos, agulhas e alfinetes também são exemplos.

Um dos acidentes aconteceu com Romário Alves Ribeiro, de 26 anos, que trabalha na coleta há um ano. No início deste mês, cacos de vidro mal embalados o cortaram na perna. Foi o primeiro acidente desse tipo com ele, e resultou em quatro pontos no ferimento e quatro dias afastado do trabalho. “Fui pegar o lixo e, assim que ele encostou na minha perna, a cortou. O caco de vidro não estava embalado, só dentro da sacola”, explica Romário.

Quem também já sofreu cortes foi Jorge Henrique Patriarca, de 48 anos. “Geralmente, as pessoas colocam [os objetos] em sacos, mas o vidro corta o plástico e, nisso, corta a gente”, comenta Jorge, que trabalha há 17 anos na limpeza urbana, sendo 15 como coletor. Segundo ele, foram vários acidentes desse tipo ao longo dos anos. O pior foi no joelho, por causa de garrafa de cerveja quebrada.

Alertar os cidadãos para a importância de embalar corretamente esse tipo de material é um dos propósitos da campanha Brasília Limpa — Sua Atitude Faz a Diferença, que conta com projetos e programas que visam contribuir para uma cidade sustentável. Outro objetivo é chamar a atenção da população para a responsabilidade compartilhada na manutenção da limpeza.

Como embalar
De acordo com o SLU, algumas atitudes tornam o lixo mais seguro e evitam acidentes. Uma delas é embalar vidros (inteiros ou quebrados) e outros materiais cortantes em folhas de jornal. É importante que o embrulho seja resistente. “É uma proteção para evitar o rompimento do saco plástico e acidentes”, destaca a diretora-geral do SLU, Kátia Campos. Um cuidado adicional é escrever na sacola o tipo de material que nela está.

Pelo mesmo motivo, é recomendado pressionar para dentro as tampas das latas de atum, milho e leite condensado, por exemplo. Além disso, garrafas PET podem ser utilizadas como recipientes para objetos pontiagudos, como pregos, agulhas e espetinhos de churrasco. É aconselhável não encher os sacos, para que não haja excesso de peso e, por consequência, o rompimento da embalagem. O ideal nesses casos é distribuir o lixo em mais de um saco.

Seringas e medicamentos vencidos não devem ser descartados no lixo comum. De acordo com a Secretaria de Saúde, em caso de material cortante ou pontiagudo, o paciente deve descartá-lo em uma caixa de papelão lacrada e identificada, e entregá-la ao centro de saúde mais próximo da residência. Já em caso de medicamentos vencidos, recomenda-se que o paciente liste os remédios que serão entregues nas unidades de atenção básica.

Os locais funcionam de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, e os endereços podem ser acessados na página da secretaria. (Agência Brasília)

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