Crise do coronavírus

China cancela compra de respiradores pela Bahia, e carga fica retida nos EUA

Americanos têm atravessado compras de países como França e Canadá, pagando mais alto por produtos chineses

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Um fornecedor chinês cancelou o contrato de compra de 600 respiradores artificiais feito com o governo da Bahia para o tratamento de pessoas infectadas com a Covid-19. A carga ficou retida no aeroporto de Miami, nos EUA, de onde seriam enviados ao Brasil.

A compra custou R$ 42 milhões aos estados do Nordeste. Segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil da Bahia, “a operação de compra dos respiradores foi cancelada unilateralmente pelo vendedor”, que não deu maiores explicações, apenas que a carga teria outro destino. O valor não chegou a ser desembolsado pelo governo baiano. “Neste momento, estamos buscando novos fornecedores”, afirmou a Casa Civil.

A desconfiança é que os equipamentos se destinem agora ao combate da crise do coronavírus nos Estados Unidos, que teriam acertado pagar mais à empresa chinesa.

Fornecedores chineses têm sido acusado de cancelar contratos com países como Brasil, França e Canadá, e favorecer os EUA, que teriam acertado pagamentos muito mais altos, já que não existem regras para esse tipo de situação no comércio internacional.

Na quarta-feira, o ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, já havia feito declaração similar, afirmando que compras brasileiras haviam “caído” depois da confirmação das compras americanas.

Segundo o New York Times, a negociação entre empresas privadas americanas e chinesas foi feita com ajuda da mediação do genro do presidente americano Donald Trump, Jared Kushner. O avião que pousou no domingo em Nova York vindo de Xangai trazia 130 mil máscaras N-95, quase 1,8 milhões de máscaras cirúrgicas e roupas e mais de 10,3 milhões de luvas, além de 70 mil termômetros.

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