Chanceler de Lula não chama Hamas de terrorista: ‘organização armada’
Vieira participou de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores na Câmara para falar sobre a guerra em Israel
O ministro das Relações Exteriores do governo Lula (PT), Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (19) que os terroristas do Hamas são uma “organização armada”.
O chanceler participou de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores na Câmara, para responder questionamentos sobre a ‘guerra’ entre Israel e o Hamas.
Na ocasião, questionado sobre o conflito pelos parlamentares Vieira afirmou que há uma desproporcionalidade entres as tropas.
“A questão é que é uma guerra entre um exército (Israel) estabelecido forte e bem preparado, contra uma organização (Hamas) que tem um braço armado”, afirmou.
Retirada do embaixador brasileiro em Israel
Ainda na audiência, Vieira foi questionado sobre a retirada do embaixador Frederico Meyer, representante brasileiro em Tel Aviv.
O chanceler afirmou que o Brasil não rompeu as relações com o país, mesmo com a saída de Meyer.
“O embaixador já deixou a embaixada, mas isso não quer dizer que rompemos as relações com Israel. Retirar o embaixador é muito aquém de um rompimento”, afirmou.
O caso
Frederico Meyer, foi removido oficialmente de Israel para Genebra, no dia 29 de maio, três meses após ser submetido à vexatória reprimenda pública do governo do primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu ao presidente Lula, após o petista comparar a ação de Israel ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial.
Meyer voltou a Israel, após quase três meses fora do país, de onde foi retirado após receber a advertência do ministro israelense de Relações Exteriores, Israel Katz, em pleno Museu do Holocausto.
Na ocasião, Lula foi declarado persona non grata em território israelense, por causa da declaração do petista considerada antissemita contra o Estado de Israel.
Israel Katz classificou a comparação de Lula como um “grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.