Esfaqueado em Salvador

Assassino de mestre ‘Moa do Katendê’ pega 22 anos por crime após discussão política

Mestre de capoeira foi morto com 13 facadas em outubro de 2018, ao discutir sobre política

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O Tribunal do Júri condenou na noite de ontem (21), em Salvador (BA), o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana a 22 anos e um mês de reclusão pelo homicídio do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como “Moa do Katendê”, e pela tentativa de homicídio contra Germínio do Amor Divino Pereira. Os crimes ocorreram horas depois do 1º turno das eleições presidenciais, em 08 de outubro de 2018, durante uma discussão sobre candidaturas presidenciais, na região do Dique do Tororó, na capital baiana.

O homicídio de Moa do Katendê foi qualificado por motivo fútil e mediante emprego de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, quando foram desferidos treze golpes de arma branca contra a vítima fatal.

O réu está preso desde o flagrante do dia do crime, e cumprirá a pena em regime inicialmente fechado, na Penitenciária Lemos de Brito.

Segundo a denúncia, recebida pela Justiça em março deste ano, Paulo Sérgio cometeu o crime de homicídio no ‘Bar do João’, localizado na Avenida Vasco da Gama, no Dique do Tororó. Na ocasião, o réu e a vítima fatal discutiram em voz alta e “agrediram-se mutuamente de forma verbal”. Em seguida, Paulo Sérgio saiu do estabelecimento em direção à sua residência, onde buscou uma faca tipo peixeira e retornou ao bar para agredir Moa do Katendê, morto aos 63 anos.

Segundo as testemunhas, depois de permanecer calado durante a maior parte da discussão política, Moa discordou da posição de Paulo Sérgio e o questionou se ele seria homossexual. O assassino condenado disse ser eleitor do candidato Jair Bolsonaro (PSL) e esfaqueou o mestre de capoeira, que disse ter votado no candidato do PT Fernando Haddad. O primo de Moa, Germino, de 52 anos, também foi ferido com golpes de faca na confusão.

“Ninguém esperava por aquilo. Quando ele [acusado] saiu de lá, a gente achou que tinha acabado. Se eu não tivesse saído para pedir ajuda, eu estaria morto. Se não saísse para pedir socorro, hoje, eu estaria morto”, disse Germino, durante o julgamento de ontem.

O barbeiro foi condenado a 17 anos e 5 meses por homicídio duplamente qualificado contra Moa e a 4 anos e 8 meses pela tentativa de homicídio duplamente qualificado contra Germino do Amor Divino, que é primo do mestre de capoeira, que estava com ele no dia do crime.

A acusação foi sustentada pelos promotores de Justiça Cássio Marcelo de Melo Santos e David Gallo. O júri foi presidido pela juíza Gelzi Maria Almeida Souza Matos. (Com informações da Cecom/MPBA e do G1)

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