Medida Paliativa

Após bloqueio milionário, Braskem propõe drenagem em bairro que afunda em Maceió

Mineradora nega ter causado calamidade em três bairros e contribui com paliativo

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A Braskem divulgou nesta sexta-feira (5) que já tem projeto paliativo de drenagem superficial para o bairro do Pinheiro, um dos três bairros de Maceió (AL) com registros de afundamento do solo, na região em que a mineradora extrai sal-gema desde 1975. A iniciativa foi tomada um dia depois de a Justiça de Alagoas bloquear R$ 100 milhões de ativos da subsidiária da Odebrecht, como medida cautelar para cobrir custos do socorro às vítimas do fenômeno geológico.

Enquanto o Ministério Público e a Defensoria Pública de Alagoas tentam garantir o bloqueio judicial no montante pedido originalmente, de R$ 6,7 bilhões, a Braskem publicou nota reiterando que seguirá colaborando com as autoridades na identificação das causas dos eventos que provocaram rachaduras, tremores de terra e uma situação de calamidade decretada pelo prefeito Rui Palmeira (PSDB) nos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro.

Antes de apresentar a obra prevista no plano de trabalho do Acordo de Cooperação Técnica assinado com órgãos públicos, a Braskem informou que as análises técnicas dos órgãos competentes ainda estão em andamento, não se podendo até o momento afirmar que suas atividades sejam a causa dos problemas do bairro. E reafirmou ter compromisso com a atuação empresarial responsável, contribuindo na identificação e implementação de soluções.

O objetivo é ampliar de 25% para 50% a capacidade e absorção das chuvas pelo atual sistema de drenagem do Pinheiro, amenizando o impacto dos picos de chuva em edificações, ruas e avenidas do bairro cuja terra tremeu em intensidade de 2,5 pontos na escala Richter, no ano passado.

“Existe uma bacia, uma região mais baixa no meio do Pinheiro. Quando chove, toda a água vai para esta região e o sistema de drenagem não dá a vazão necessária”, declarou o corpo técnico da Braskem.

“A medida faz parte do pacote de ações mitigadoras de curto prazo apresentadas pela Braskem em parceria com os órgãos públicos que tem o objetivo de contribuir com soluções para o bairro. Como parte de sua conduta empresarial responsável, a Braskem elaborou um plano de recomendações técnicas e incorporou a sugestão ao Acordo de Cooperação Técnica assinado com os órgãos públicos”, disse a mineradora.

A Braskem divulgou que a redução da sobrecarga na estrutura de drenagem já existente será obtida através de um sistema paralelo, com manilhas robustas, de 70 centímetros de espessura, e instaladas a cerca de 50 centímetros de profundidade.

“A proximidade da superfície e os métodos não destrutivos de instalação permitem que as obras sejam realizadas mais rapidamente. As manilhas direcionarão a água para estações elevatórias ou lagoas de acumulação, que funcionam como uma espécie de reservatórios acumuladores de água. Em caso de chuva intensa, essas estações ou lagoas reservam a água por um tempo maior e depois liberam gradativamente no sistema de drenagem já existente”, explicou a mineradora.

A liminar que bloqueou da Braskem os R$ 100 milhões dos R$ 6,7 bilhões requeridos judicialmente foi concedida ontem ( 4) pelo juiz Pedro Ivens, da 2ª Vara Cível da Comarca de Maceió.

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