Muita demora

Paciente diabético espera por cirurgia em pé infectado durante 11 dias

Filho de Antônio da Silveira afirmou que o pai passou por seis jejuns de 12h antes que a cirurgia acontecesse

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Foram precisos 11 dias até que um paciente de 70 anos com diabetes passasse por uma cirurgia no Instituto Hospital de Base (IHB) por causa de uma infecção no pé, que poderia levar a amputação do membro. Nesta quarta (26), Antônio da Silveira — que está na unidade de saúde desde o dia 15/12 — passou pelo procedimento.

Segundo o filho de Antônio, foram dias difíceis no pronto socorro da unidade de saúde. “Meu pai estava em uma maca na frente do elevador”. De acordo com Frei Rogério Soares de Almeida Silveira, há falta de comunicação entre a equipe do instituto. Enquanto um profissional dava um informação, outro desconhecia o que havia sido dito.

“O que estão fazendo com ele e outras centenas de pessoas é desumano. Por duas vezes submeteram meu pai a jejum de 12 horas na promessa de fazer cirurgia. O tempo passa, a angústia toma conta, chega 21h e ninguém aparece para dizer nada. É necessário implorar que digam se vai haver cirurgia ou não”, informou o filho do paciente no dia 20 de dezembro. Até esta quarta (26), Antônio havia sido submetido a jejum por mais quatro vezes.

“Meu pai é mais um, onde muitos cuidam, mas ninguém é responsável. Vê-se claramente que há um problema de gestão, gestão da informação, de pessoas e de recursos. Pelo que escuto aqui, médico tem, o que falta são salas de cirurgia e estrutura”, completou. Segundo Frei Rogério, apenas três salas estavam disponíveis para cirurgia.

A Assessoria de Comunicação do Instituto Hospital de Base não confirmou a quantidade de salas destinadas a procedimentos cirurgicos nem sobre a comunicação entre os profissionais da unidade.

Em nota, o IHB afirmou apenas que o paciente estava “realizando curativos e debridamentos diários, com todo o suporte clínico necessário” e que “o procedimento em sala cirúrgica ocorre quando não há dúvidas quanto à delimitação da necrose”.

Ainda segundo o IHB, Antônio recebia visitas diárias da equipe médica do hospital e que a comunicação estava sempre aberta. “Ressalta-se que a cirurgia vascular do IHB é reconhecida pela excelência em todo Distrito Federal, com patologias de caráter gravíssimo, de difícil acompanhamento”, concluiu em nota.

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