Parlamentares criticam compra de mina de urânio na Amazônia pela China
Maior mina brasileira de urânio, que é combustível nuclear, foi comprada por subsidiária que pertence ao governo chinês
Parlamentares dispararam críticas contra a venda a maior mina de urânio do Brasil, adquirida por uma subsidiária do governo da China. Na terça-feira (26) a mineradora brasileira Taboca comunicou ao governo do estado do Amazonas a venda da mina do Pitinga, próxima a hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo.
A “empresa” compradora é a China Nonferrous Trade (CNT), subsidiária da China Nonferrous Metal Mining Group, que pertence à Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado (SASAC, em inglês), órgão “supremo” do governo chinês.
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) apontou que enquanto a exploração de recursos naturais na Amazônia é bloqueada para brasileiros, “ninguém fala”nada” sobre a aquisição de uma mina de recurso estratégico pelo governo da China: “Vão beneficiar urânio no Amazonas, perto de Manaus, no município de Presidente Figueiredo, que vive do turismo, que vive das suas 160 e poucas cachoeiras, e ninguém fala nada. Por quê? O que há aí? Um compromisso? Um conluio? Uma perseguição àquilo que a gente pode ou não pode fazer?”.
O deputado federal Luiz Lima (PL-RJ) observou que não se trata penas de comércio, em tempos de instabilidade global o recurso pode ser “decisivo para a segurança nacional”.
O urânio é um metal usado para abastecer usinas de energia nuclear, mas também na fabricação de bombas, quando enriquecido. No Brasil, 99% do urânio é usado para a geração de energia. A reserva do metal precioso de propriedade chinesa fica a 107 quilômetros de Manaus (AM).