Surto de Leishmaniose

Occhi diz que Alagoas não notificou MS sobre epidemia de calazar, mas Sesau mostra registros

Ministro disse estar disposto a ajudar a estancar surto, e o governo de Renan Filho mostra notificações

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Ministro da Saúde, Gilberto Occhi. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro Gilberto Occhi disse ontem (5), em Maceió (AL), que o Ministério da Saúde não foi notificado sobre a epidemia de leishmaniose visceral, conhecida como calazar, em Alagoas. O estado já registrou 63 ocorrências de janeiro até 15 de agosto, superando o dobro de casos registrados no ano passado. E as principais vítimas têm sido crianças do Sertão de Alagoas.

Mas a Sesau mostrou ao Diário do Poder uma tela que demonstra que os casos foram notificados no Sistema Nacional de Agravos de Notificações (Sinam), do Ministério da Saúde.

Os alagoanos tiveram conhecimento sobre o surto somente no início desta semana, com o alerta do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), quando os dados foram confirmados pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesau), do Governo de Renan Filho (MDB).

Apesar de afirmar o desconhecimento sobre o problema, Occhi se dispôs a ajudar Alagoas, caso seja solicitado apoio contra a doença que apresenta 10% de letalidade.

“Essa demanda não chegou para nós. Tivemos conhecimento da epidemia da doença no Espírito Santo, nossa equipe foi pra lá, identificou, atuou e combateu o surto. Se tiver necessidade do apoio do Ministério da Saúde em Alagoas, estamos de portas abertas para trazer nossa equipe e nossas soluções”, afirmou o ministro, em entrevista à Gazetaweb.

O Diário do Poder perguntou à Sesau e ao Governo de Alagoas deixou mesmo de notificar o Ministério da Saúde sobre a epidemia de Calazar e se o Estado pedirá ajuda federal. A assessoria não respondeu se pediria ajuda. Mas encaminhou uma das telas do (Sinam), expondo parte dos registros dos casos de Calazar no Ministério da Saúde. Veja:

Tela do Sinam mostrando casos de calazar em Alagoas registrados no Ministério da Saúde

Vacinação

Na mesma entrevista, Occhi considerou um sucesso da campanha de vacinação contra o sarampo e a poliomielite, ao atingir 91,3% da meta no Brasil. E alegou que o motivo por Alagoas não ter atingido a meta da campanha seria fruto do trabalho eficaz dos últimos anos, com a vacinação em massa na última década.

Para ele, além das falsas notícias que amedrontaram pais, foi criado um falso conforto de que a campanha de vacinação não é necessária, por ter vacina disponível ao longo do ano.

“Nós do Ministério da Saúde consideramos que foi um sucesso, mesmo que não alcançando o esperado (11 milhões), mas alcançamos 10 milhões, e quanto mais crianças forem vacinadas, mais a sociedade está protegida. É preciso que os pais entendam a importância da vacinação”, afirmou.

O ministro disse ser necessário ampliar o número de vacinados, no contexto de que 18 estados registraram pelo menos um caso de sarampo. E sugeriu que estados que prorrogaram a campanha  por não atingir a meta ofereçam novas alternativas, como abrir postos de saúde aos sábados e ações em creches e escolas. (Com informações da Gazetaweb)

 

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