Sob nova direção

Nebulosa folha da ALE tem comissionados exonerados e gratificações suspensas

Mesa redistribuirá com novos deputados cargos e vantagens da folha alvo de operações da PF

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Presidente Marcelo Victor reunido com integrantes da Mesa da ALE. Foto: Ascom ALE

Na primeira reunião desta nova legislatura realizada ontem (4), a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) exonerou todos os servidores comissionados da Casa de Tavares Bastos e suspendeu todas as gratificações da folha de pagamento que tem sido alvo reincidente de operações da Polícia Federal, há mais de uma década, pela identificação de sangrias milionárias de recursos públicos. Os atos estão publicados na edição de hoje (5) do Diário Oficial Eletrônico do Poder Legislativo.

As medidas visam redistribuir espaços e vantagens da nada transparente folha da Assembleia de Alagoas entre os integrantes da nova formação do parlamento na 19ª Legislatura. Caberá aos deputados estaduais empossados indicar de forma transparente e legal os nomes de quem irá compor os seus respectivos gabinetes e receber gratificações.

Ainda durante o encontro liderado pelo novo presidente Marcelo Victor (SD-AL), os integrantes da Mesa da ALE decidiram que suas reuniões regimentais deverão ocorrer semanalmente às quartas-feiras.

O histórico de escândalos ligados à folha da Assembleia remonta aos anos de 2007, com a deflagração Operação Taturana contra um esquema que a PF disse envolver uma sangria de R$ 254 milhões, durante os dois anos anteriores; e prosseguiu com a Operação Sururugate, deflagrada em 2017, que ainda investiga um rombo de R$ 150 milhões, entre 2010 e 2013. Sem falar na Operação Malacafa contra servidores fantasmas, deflagrada em 2018.

Muitos dos atuais integrantes da atual legislatura têm bens bloqueados e respondem a ações decorrentes dessas investigações, a exemplo do próprio presidente da ALE, Marcelo Victor, que é réu na ação de improbidade administrativa em que o Ministério Público Estadual (MP/AL) aponta o desvio de R$ 3,5 milhões dos cofres do parlamento alagoano, entre 2009 e 2014. Naquele período, Marcelo Victor foi 1º e 2º secretário da Mesa Diretora, presidida à época pelo agora conselheiro do Tribunal de Contas de Alagoas, Fernando Toledo.

Como antecipou o Diário do Poder em 4 de janeiro, a nova Mesa Diretora eleita por 26 dos 27 deputados é composta pelos seguintes deputados, que impuseram ao governador Renan Filho (MDB) uma derrota antecipada de suas pretensões de eleger seu tio Olavo Calheiros (MDB-AL):

– Marcelo Victor (SD), presidente

– Galba Novaes (MDB), 1º vice-presidente

– Yvan Beltrão (PSD), 2º vice-presidente

– Ângela Garrote (Progressistas), 3ª vice-presidente

– Paulo Dantas (MDB), 1º secretário

– Davi Davino Filho (Progressistas), 2º Secretário

– Marcos Barbosa (PPS), 3º Secretário

– Tarcizo Freire (Progressistas), 4º Secretário

– Dudu Ronalsa (PSDB), 1º Suplente

– Flávia Cavalcante (PRTB), 2º Suplente

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