À beira do caos

Greve de caminhoneiros afeta aeroporto, postos e Ceasa, em Alagoas

Paralisação afeta abastecimento, preços e serviços, em Alagoas

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Além de ter seu Aeroporto Zumbi dos Palmares listado pela Infraero como um dos que vivem situação crítica da falta de combustível, o Estado de Alagoas já convive com as ameaças de desabastecimento, como efeito da paralisação nacional dos caminhoneiros contra a alta dos preços dos combustíveis. A Central de Abastecimento de Alagoas (Ceasa), em Maceió (AL), recebeu apenas 30% do volume de alimentos esperado para esta quinta-feira (24) e já falta alimentos para serem distribuídos aos mercados locais. Os estoques de gasolina, gás de cozinha começam a esvaziar e houve redução de 10% na circulação de ônibus coletivos na capital, onde serviços como coleta de lixo já têm frequência diminuída.

O aumento dos preços de frutas, legumes e hortaliças é outra consequência direta da chegada de apenas 90 de uma média de 300 caminhões que chegam diariamente à Ceasa. Já faltam goiaba, laranja e melancia. Tudo isso resultado de interdições em quatro trechos e rodovias federais e três trechos de rodovias estaduais, em Alagoas, além dos protestos nas demais estradas do Brasil, desde o início da greve dos caminhoneiros na segunda-feira (21).

O diretor-presidente da Ceasa, José Elenildo, informa que os caminhões que conseguiram chegar à central foram aqueles que já estavam em trânsito antes do bloqueio das rodovias e que transportavam cargas vindas apenas do Nordeste.

“Amanhã (25), esperamos uma quantidade ainda menor. A situação está cada vez mais preocupante. Já tem produto em falta e comerciantes sem mercadoria e estoque, basicamente porque eles trabalham com alimentos perecíveis, que não podem ser armazenados por muito tempo. Sem contar que tem mercadoria sendo vendida a preços bem acima do que no início da semana”, afirmou o presidente da Ceasa, em entrevista ao G1.

O impacto da falta de produtos para serem comercializados pode ir além dos supermercados, atingindo hotéis e hospitais. O valor da batata, por exemplo, subiu de R$ 70 para R$ 250 por saca de 50 kg; e a saca de 20 kg de cenoura era R$ 30 e já atinge R$ 75.

PROTESTOS

Avenida Fernandes Lima foi fechada no fim da tarde (Foto: WhatsApp)Motoristas de aplicativo, mototaxista e taxistas também protestaram, no fim da tarde desta quinta (24), tumultuando a volta para casa de trabalhadores, fechando o trecho inicial da Avenida Fernandes Lima, na Praça Centenário, em Maceió. O protesto teve como alvo alta no preço dos combustíveis, sobretudo, da gasolina.

Um dos líderes do movimento dos motoristas de aplicativo, Cristiano Cavalcante, afirmou que a mobilização é solidária aos caminhoneiros. “Estamos aqui para mostrar para todo mundo o roubo que está acontecendo. Temos que ser ouvidos. Hoje, a menor corrida custa cinco reais e o preço da gasolina está no mesmo patamar. Como podemos ter lucro ou sequer sobreviver desta maneira? É um absurdo”, disse Cavalcante, em entrevista à Gazetawe

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