Candidato contra Covid-19

Deputado JHC cobra que prefeitura aplique verba de emenda ainda não paga, em Maceió

Secretário disse que não pode gastar dinheiro contra pandemia que não foi pago ao município

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Prefeito de Maceió João Henrique Caldas, o JHC (PSB). Foto: Divulgação Facebook

Após um gesto maduro de reservar R$ 11,5 milhões em emendas para a pasta da saúde pública da administração de seu adversário político em Maceió (AL), o deputado João Henrique Caldas, o JHC (PSB-AL), cobrou da gestão do prefeito Rui Palmeira (sem partido) o direcionamento de R$ 4 milhões deste montante para a Santa Casa de Misericórdia de Maceió superar a situação de guerra que o hospital expôs em seu enfrentamento à pandemia da covid-19. A cobrança ganhou tom eleitoreiro, porque nenhum centavo desta verba sequer caiu na conta do Fundo Municipal de Saúde de Maceió.

Pré-candidato de oposição à sucessão de Rui Palmeira, JHC destacou, há dois dias, que a capital alagoana concentra a maioria dos casos do novo coronavírus, que hoje alcança a marca de cerca de 85% dos mais de mil casos registrados no estado, com 32 das 47 mortes de pacientes com covid-19 em Alagoas.

“A Santa Casa de Misericórdia de Maceió já anunciou que vive uma ‘situação de guerra’. Destinei R$ 11 milhões e 500 mil para o Fundo Municipal de Saúde da capital e solicitei que R$ 4 milhões sejam direcionados para o hospital. A decisão agora cabe a Prefeitura de Maceió”, escreveu JHC, ao afirmar que estava “trabalhando para que esse dinheiro chegue o mais rápido possível”, sem especificar onde.

Demonstrando gratidão pela iniciativa do parlamentar que rivaliza com o prefeito, o secretário de Saúde de Maceió, José Thomaz Nonô (DEM), confirmou ao Diário do Poder que recebeu de JHC o ofício, de 20 de abril, que destina à pasta municipal R$ 11,5 milhões em emendas parlamentares remanejadas para ações de combate à pandemia. Mas também atestou que não há como movimentar o recurso que ainda não caiu na conta.

“O dinheiro não chegou. Eu não estou dizendo que ele não botou [a verba para Maceió], não. Ele pode até ter botado, mas aqui não chegou. Não posso operar com esse dinheiro. Se você me perguntar se eu acho que [a verba] vem, acho. Mas, até agora, zero boi”, disse Nonô à reportagem.

Procurado pelo Diário do Poder, o deputado admitiu por meio de sua assessoria que a emenda que ele remanejou para a saúde ainda deve entrar na conta do Fundo Municipal de Saúde. E encaminhou à reportagem o ofício que orienta e sugere a detalhadamente aplicação: R$ 4 milhões para a Santa Casa, R$ 1 milhão para o Hospital Sanatório, R$ 2 milhões para o Hospital Veredas, e R$ 4,5 milhões para as Upas Cabo Reis e Benedito Bentes, Unidade Sentinela (Jacintinho), Clínica Pediátrica (Santa Maria) e 65 unidades básicas e especializadas de Maceió.

“A decisão da aplicação é da Prefeitura. Na postagem também fica claro que o deputado continua trabalhando e acompanhando para que esse recurso chegue o mais rápido possível. ‘Estou trabalhando para que esse dinheiro chegue o mais rápido possível’. Todos os dias é acompanhado o andamento desse recurso e assim que estiver em caixa, após empenho e pagamento, como qualquer despesa pública, ele divulgará com toda a transparência”, disse a assessoria do deputado JHC.

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