Deu aval à aliança

Ciro chama Renan de ‘peste golpista’ e diz que não foi a Alagoas para evitar foto com ele

Candidato do PDT renega aliança com Renan, que teve seu aval

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Ciro Gomes acata Ronaldo Lessa, Renan Filho e Renan Calheiros juntos (Fotos: Medium e Divulgação)

Menos de três meses depois de dar o aval para pedetistas alagoanos decidirem se aliar ao projeto de reeleição dos líderes da família Calheiros, o candidato do PDT a presidente da República, Ciro Gomes, disse que não incluiu Alagoas em sua agenda de campanha, para evitar ser fotografado ao lado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), a quem chamou de “peste golpista”. A declaração foi dada durante discurso ao lado de lideranças pernambucanas, no último domingo (23), no Recife (PE).

“O único estado que não fui até agora é Alagoas, por conta dessas coisas que eu respeito, da vida partidária, de cada lugar… O meu partido aliou-se ao Renan Calheiros, lá. Pois bem,… E até ao Renan Filho, que não é culpado pelas coisas do Renan pai. Só para ninguém ver uma foto minha com essa peste golpista, eu não fui lá”, declarou Ciro Gomes, aplaudido enquanto criticava a aliança do PT com apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

No dia seguinte, em palestra na Associação de Engenheiros da Petrobras, no Rio de Janeiro, Ciro voltou a citar Renan, ao sugerir que a esquerda faça uma autocrítica, para não correr o risco de ver o Brasil governado “pela pior direita”. “Denunciar o golpe abraçado com Renan Calheiros não dá”, disparou, ao criticar a aliança do PT com o alagoano que presidiu o Senado três vezes.

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Ciro quis “meio de campo” com Renan

O que Ciro não disse sobre a relação do PDT com o MDB é que, em 4 de julho, o presidenciável avalizou a aliança do PDT de Alagoas com Renan Calheiros. O aval foi dado em reunião dos líderes nacionais pedetistas com o ex-governador e deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL). “Conversei com ele [Lupi] e com o Ciro. Recebi ‘carta branca’ para a decisão ser do partido em Alagoas”, disse Lessa, ao Diário do Poder, à época.

Antes, em março, o presidenciável cearense já havia pedido que Lessa “fizesse o meio de campo” entre ele e o senador Renan. Na ocasião, Ronaldo Lessa foi aconselhado a fazer “a ponte” entre a campanha de Ciro e a campanha dos Calheiros, para que a aliança não inviabilizasse seu palanque, em Alagoas.

“Ele [Ciro] disse: ‘Você tá no governo apoiando o Renan Filho’. Eu digo, tô sim, ainda. E ele chegou e disse: ‘Olhe, precisamos ver como é que vai ficar’. O que é como vai ficar?… ‘Porque, aí, você vai ter que fazer o meio de campo comigo e o Renan’”, disse Lessa, ao reproduzir o diálogo com Ciro para a reportagem.

Depois da conversa com Ciro, Lessa chegou a afirmar ao Diário do Poder que obteve de Renan a liberdade para formar um palanque para Ciro Gomes, em Alagoas. Foi quando disse que “o senador Renan é um problema do País, um problema da Justiça, uma coisa que extrapola” a situação dele com Ciro.

A reportagem fez contato com a assessoria de imprensa do senador Renan Calheiros e pediu um posicionamento do candidato à reeleição sobre as declarações de Ciro Gomes. E aguarda a manifestação de Renan para publicá-la.

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