Operação Thesaurus

Acusados de desviar verbas do auxílio têm R$16 milhões bloqueados

Além do bloqueio dos bens e valores, a Justiça Federal também determinou sequestro de 23 imóveis de investigados

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Dois irmãos de dona da agência lotérica alvo da Operação Thesaurus devolveram R$ 2,2 milhões metade do valor em dinheiro em uma mala. Foto: Divulgação PF

A Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 16 milhões em bens e valores de alvos da Operação Thesaurus, investigados por apropriação indevida de verbas destinadas ao pagamento de auxílio emergencial e lavagem de capitais destes recursos. Além disso, houve o sequestro de 23 imóveis dos acusados, que são alvo da segunda fase da operação, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (20).

Aproximadamente 56 policiais federais cumprem, na região metropolitana de Belém e na cidade Natal (RN), 17 mandados de busca e apreensão e 3 mandados de prisão temporária, expedidos pela 4ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária no Estado do Pará.

Entre apreensões, devolução de valores e bens sequestrados, estima-se que foram recuperados cerca de R$ 12 milhões.

O esquema

A investigação decorre de notícia crime proveniente da Caixa Econômica Federal, comunicando que, no período de abril a julho do ano de 2020, uma agência lotérica situada em Ananindeua (PA) solicitou suprimentos extraordinários no montante de aproximadamente R$ 19 milhões para pagamento de auxílio emergencial, contudo não prestou contas do valor recebido.

A proprietária da lotérica foi presa preventivamente na primeira fase da operação, deflagrada em 28 de setembro de 2021. Na oportunidade, foram apreendidos três automóveis de elevado valor identificados como frutos da lavagem de capital.

Com o aprofundamento das investigações, verificou-se que o dinheiro indevidamente apropriado era lavado nas cidades de Belém (PA), Natal (RN) e São Paulo (SP), através da prática de agiotagem, abertura de empresas, compra de veículos e imóveis de alto padrão, geralmente em nome de parentes da investigada (laranjas ou testas de ferro).

No final do ano passado, dois irmãos da investigada devolveram R$ 2,2 milhões, metade desse valor em espécie e a outra metade mediante transferência bancária.

O nome da operação – tesouro em latim – faz alusão à expressiva quantia apropriada, suficiente para pagamento de mais de 30 mil cotas de auxílio emergencial, perfazendo assim a maior fraude envolvendo o benefício já registrada no país.

Os investigados responderão, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de peculato e de associação criminosa, ambos do Código Penal, bem como de lavagem de capital, previsto no artigo 1º da Lei nº 9.613/98. (Com informações da Comunicação Social da PF no Pará)

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