CPI da Pandemia

Acareação entre Onyx Lorenzoni e Miranda é marcada para a próxima quarta

Quebras de sigilos motivaram pedido de acareação entre deputado e ministro

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O deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o ministro Onyx Lorenzoni.

A CPI da Pandemia marcou para a próxima quarta-feira, 18, a acareação entre o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Foi Luis Miranda quem afirmou que informou ao presidente Jair Bolsonaro sobre irregularidades na compra da vacina Covaxin e Onyx afirmou, em pronunciamento, que o deputado apresentou documentos falsos.

Os dois ficarão frente a frente para explicar as contradições sobre o processo de importação da Covaxin e, especialmente, a polêmica envolvendo invoice da Precisa para a compra das vacinas.

O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que informações obtidas com quebras de sigilos motivaram o pedido de acareação entre os dois. O requerimento para a acareação, aprovado na última quarta-feira (11), é de autoria do próprio Randolfe (RQS 1.330/2021).

O deputado Luís Miranda denunciou um suposto caso de corrupção, envolvendo o governo federal, na tentativa de compra da vacina Covaxin. Em entrevista coletiva no final do mês de junho, o ministro Onyx, na época na Secretaria-Geral da Presidência, negou existir irregularidades na negociação e disse que o documento apontado pelo deputado era falso.

A acareação está prevista para a próxima quarta-feira (18) , mas a data ainda não está confirmada. Segundo Randolfe, os novos elementos, somados aos que a Comissão já possuía, mostram que a acareação é urgente para esclarecer as denúncias no caso da Covaxin.

— É urgente essa acareação, à luz das informações que nós temos – afirmou Randolfe.

Para o relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), a acareação do ministro Onyx com o deputado Luís Miranda se justifica por conta das divergências nas versões em relação à utilização de um documento, supostamente falso, na operação comercial do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos, representante no Brasil da Bharat Biotech, produtora da Covaxin.

Renan apontou que a investigação da CPI é complexa e disse que os senadores buscam fazer tudo dentro dos limites do estado democrático de direito. Segundo o relator, a aprovação da acareação foi rápida “porque era necessário”. Ele acrescentou que a comprovação da existência do gabinete paralelo, da tese da imunidade de rebanho e das ações do governo no atraso da compra das vacinas são conquistas do trabalho da Comissão.

— Esta CPI conseguiu, ao contrário de outras e num espaço curtíssimo de tempo, muitos resultados. Estamos avançando na comprovação da corrupção, que é um fato gravíssimo, o que tem deixado o Presidente da República entre o desespero e a sandice – afirmou Renan.

Pedalada
Para o senador Marcos Rogério (DEM-RO), porém, a acareação “é mais uma pedalada da CPI, por falta de uma pauta efetiva de investigação”. Segundo o senador, a acareação só se justificaria depois de um depoimento, o que não ocorreu no caso do ministro Onyx. Para o senador, o pedido de acareação serve apenas para desviar o foco da CPI, que deveria ser investigar sem preferências.

— É uma espetacularização. Vai levar a que? É uma tentativa de criar desgaste para o governo – apontou o senador. (Agência Senado)

 

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