Tecnologia inédita no Brasil

5G inicia em Brasília revolução em conectividade e cidade inteligente

Nova tecnologia permitirá soluções inéditas em futuro próximo para melhorar a vida das pessoas

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A taxa de desemprego na capital federal ficou em 14,5%, menor do que as registradas em novembro de 2021 (16,1%) e outubro deste ano (14,6%). Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A quinta geração da internet móvel, chamada de 5G, será ativada pela primeira vez no Brasil, nesta quarta-feira (6), em Brasília-DF, primeira capital a ter acesso a esta tecnologia. A inovação promete revolucionar a conectividade e melhorar a vida das pessoas, em um futuro próximo, com o desenvolvimento de cidades inteligentes.

Com altas taxas de transmissão de dados e velocidade de resposta, a tecnologia terá como foco o surgimento de soluções inéditas para as necessidades de negócios e do poder público, para melhorar as relações com consumidores e cidadãos.

A massificação, consolidação e diversificação de conceitos como a chamada internet das coisas (IoT) devem evoluir as soluções inéditas e criativas em segurança pública, telemedicina, educação à distância, e na criação das cidades inteligentes, além da automação industrial e agrícola, entre as mais variadas inovações. Tal evolução será possível por meio da inteligência artificial, com a aprendizagem de máquinas em tempo real, para transformar a forma como pessoas e organizações públicas e privadas se relacionam.

Com novas redes em 5G, serão desenvolvidas ferramentas para ampliar a eficiência de setores da economia para benefício da sociedade, a exemplo dos carros autônomos e conectividade de streaming para a automação da mobilidade urbana, fiscalização e organização do trânsito nas cidades inteligentes, entre outros avanços em setores como o agro e industrial, por exemplo. 

Ainda não há previsão de datas, mas as próximas capitais que evoluirão para o uso da tecnologia 5G serão: São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa. O prazo inicial era para todas as capitais terem 5G operando até 31 de julho, mas a previsão foi estendida até 29 de setembro.

O 5G, em sua máxima potência, deverá oferecer altíssimas velocidades de internet. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Evolução esperada

Para Aleksandro Montanha, líder do comitê de Cidades Inteligentes da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), o 5G permitirá uma transição entre tecnologias de metaverso e realidade aumentada, em um momento onde a maturidade dos algoritmos de inteligência artificial permitem entregar resultados muito melhores, se aproximando muito das demandas existentes.

Mas o líder do comitê da ABINC alerta que ainda existem muitos desafios para o poder público, justamente pela diversidade de oferta de tecnologias. “A multipluralidade de soluções que muitas vezes não se conversam ou não geram continuidade, geram passivos muito custosos para a administração pública. Esse momento, de forma equivocada, transmite a sensação que existe uma conformidade no trato com o investimento em inovação”, afirma Aleksandro, através de sua assessoria de comunicação.

O Comitê de Cidades Inteligentes da ABINC está envolvido em projetos para “Smart Agro-Cities”, por exemplo, em Ivaiporã, que tem 30 mil habitantes e vocação para o agro, no Paraná. A cidade desenvolve um projeto de “tropicalização” (melhoramento genético para tolerância ao clima e resistência de cultivos) e, ao mesmo tempo, busca um parceiro internacional para alavancar a tecnologia no município e no estado.

“Onde você tem recursos hoje de investimento e muita demanda reprimida é no campo. Então, eu acredito que vamos andar muito forte com a questão de infraestrutura de comunicação estendendo para áreas mais remotas, principalmente para áreas rurais. Por conta disso, nós vamos ter um desenvolvimento dessa integração do campo com as cidades”, adiantou o líder da ABINC.

Avanço comparativo

Em relação ao 4G, haverá os seguintes avanços com o 5G:

    • Aumento das taxas de transmissão: maior velocidade;
    • Baixa latência: redução do tempo entre o estímulo e a resposta da rede de telecomunicações;
    • Maior densidade de conexões: aumento da quantidade de dispositivos conectados em uma determinada área;
    • Maior eficiência espectral: incremento da quantidade de dados transmitidos por unidade de espectro eletromagnético; e 
    • Maior eficiência energética dos equipamentos: redução do consumo de energia, com consequente aumento da sustentabilidade.

Claro, TIM e Vivo são as operadoras aptas a fornecer sinal de 5G no Brasil. Foto: Pixabay

Como usar o 5G

A Anatel informou que, em Brasília, a nova tecnologia iniciará sua operação estando disponível apenas para 80% da capital federal, com foco no Plano Piloto. No momento, o 5G será compatível apenas em 67 modelos de celulares homolocados pela Anatel, fabricados mais recentemente por empresas como Apple, Samsung, Xiaomi, Motorola, entre outras (consulte aqui os aparelhos aptos). E as operadoras autorizadas a utilizar a frequência 5G são Claro, TIM e Vivo.  

O 5G vai utilizar a faixa de radiofrequências de 3.300 MHz a 3.700 MHz no Distrito Federal, com três modos de uso:

1. Banda Larga Móvel Avançadafocada em altas velocidades de download e upload, para as novas necessidades do usuário convencional;

2. Controle de Missão Crítica: focada em prover conexão com baixíssima latência e altíssima confiabilidade, voltada para aplicações sensíveis a atrasos e erros como carros autônomos, cirurgias remotas, controle remoto de maquinário industrial; e

3. Internet das Coisas Massiva: focada em atender grande quantidade de dispositivos IoTcom alta cobertura e baixo consumo de bateria, levando a Internet das Coisas a um novo patamar de atendimento.

O Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi), criado por meio de licitação do Leilão de 5G, aprovou ontem (4) a liberação do sinal 5G para Brasília. E também aprovou a criação de uma “Sala de Guerra” para dar mais celeridade e dinamicidade a procedimentos, para imediatas soluções cautelares em caso de interferências prejudiciais.

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