Jorge Motta

Um caminho sem volta?

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Será sim ou não? Talvez? É com essa dúvida que ainda continuo acreditando que somos o país do futuro. Nós brasileiros optamos, democraticamente, por destruir o tripe que sustenta a base de qualquer sociedade sólida. Hoje, no nosso Brasil, é flagrante a deterioração da educação, da disciplina e da família. Estudei em escola pública municipal, na minha cidade do Rio de Janeiro, onde nasci. Uniforme azul e branco exibindo no bolso da camisa as letras “EP”: Escola Pública. Eram as melhores escolas, e das que mais nos orgulhávamos de pertencer. As turmas formadas no pátio, por ordem de altura, os mais baixos à frente, recebiam o comando de “cobrir” e assistiam ao melhor aluno ou aluna do mês hastear a Bandeira Brasileira, enquanto todos cantavam o Hino Nacional. Era a prática da disciplina desde o início do nosso aprendizado no curso primário. Educação, no sentido não acadêmico, recebíamos em casa, dos nossos pais. A escola tinha a obrigação do ensino. Diretoras, diretores, professoras, professores, todos exerciam autoridade (não confundir com autoritarismo) e em consequência eram muito respeitados. Recebiam apoio incondicional dos pais dos alunos. E a família? Haaaa…a família era a Fortaleza da sociedade, rica ou pobre. Era um por todos e todos por um. Agora, em geral os filhos são criados pelas babás e pelas creches. Não mais vistas sentadas à mesa, em refeições que nutriam o corpo e o caráter. A desconstrução da família sempre foi uma poderosa arma na implantação da luta de classes. Ela aqui se estabeleceu com a utilização primorosa do ideário gramsciano, o que poucos notaram, e o que vemos é um país dividido pelas desigualdades.

O resgate dos valores construtores de uma sociedade saudável está começando a aparecer através da valorização da família, sem a qual qualquer processo de reversão da atual situação não será exitoso. O tempo da destruição foi enorme. O tempo de reconstrução não deverá ser pequeno, mas a perseverança é fundamental. Desde menino ouço que o Brasil é o país do futuro e continuo ouvindo. Até quando? Até quando a família voltar a ser a fortaleza do menor núcleo social existente. Atuante e educadora, até quando o ensino acadêmico passar a fazer no seu papel de também formar cidadãos e até quando o governo conseguir desmontar, na máquina pública, as armadilhas gramiscianas deixadas pelo caminho nos últimos anos. Brasil acima de todos. Deus acima de tudo. Assim seja!

Jorge Motta é jornalista

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