Será que vai sobrar energia?
No Brasil o planejamento, de médio e longo prazos, passa longe de setores importantíssimos. Um deles é o sistema elétrico brasileiro.
A ANEEL é responsável por receber e analisar as solicitações para geração de energia elétrica a partir de diferentes fontes e providenciar o registro, a autorização e a instrução processual para a concessão dos empreendimentos, conforme o tipo e a potência instalada.
Hoje a Matriz Elétrica Brasileira (MEB) tem capacidade instalada (fiscalizada) de 193.5 GW de potência, e é composta principalmente pelas seguintes fontes: Hídrica (56,5%), Térmica (24%), Eólica (13,5%), Solar (5%) e Nuclear (1%).
O gráfico abaixo retrata a MEB “Outorgada” pela Aneel, que alcança 341.6 GW de potência, com as seguintes participações: Solar (35%), Hídrica (33%), Térmica (16%), Eólica (15%) e Nuclear (1%).
Os dados acima sinalizam algumas mudanças:
1. A nossa MEB Outorgada prevê um crescimento de 76,5% nos próximos anos;
2. A participação das fontes limpas e renováveis crescerá de 75% para 83% da MEB;
3. Em termos de potência instalada as fontes limpas porém intermitentes, solar e eólica, assumirão 50% de participação na MEB.
E também provocam uma enxurrada de questionamentos, eis alguns:
1. Será que o consumo de energia ou a demanda, aumentará para absorver o crescimento previsto da MEB, em face da potência outorgada?
2. Será que uma oferta maior de energia não impactará os preços causando insustentabilidade no mercado?
3. Será que a oferta maior de energia, principalmente por fontes limpas, não trará maior segurança energética para enfrentar os períodos de escassez hídrica
4. Será que a descarbonização da MEB não é uma importante ferramenta, frente aos compromissos assumidos pelo Brasil em relação as mudanças climáticas?
São tantas as perguntas! (lembrei da Luna, aquela do Show)
E olha que nem consideramos o impacto da geração distribuída de energia no setor elétrico brasileiro.
Como respondê-las? Apresento uma sugestão.
Está na hora do Governo realizar uma grande Conferência Nacional do Setor Elétrico Brasileiro, convidando especialistas, empresários (de todos os portes e setores), investidores, associações (de todos os segmentos), prestadores de serviços (de todos os portes e setores) e a sociedade (no final é quem paga a conta), para discutirem os vários cenários e compartilharem conhecimentos e soluções.
Dessa forma aumentarão as probabilidades de acertos. E mesmo que algo venha a dar errado, amanhã ou depois, ninguém poderá dizer que não teve a oportunidade de participar e opinar.
Fica a dica!!!