• Sobre o DP
  • Fale Conosco
  • Anuncie
segunda-feira, 12 abril 2021
No Result
View All Result
Diário do Poder
  • DP
  • COVID-19
  • Cláudio Humberto
  • Opinião
  • Vídeos
  • Política
  • Justiça
  • Dinheiro
  • Brasil
  • Diário Motor
  • DP
  • COVID-19
  • Cláudio Humberto
  • Opinião
  • Vídeos
  • Política
  • Justiça
  • Dinheiro
  • Brasil
  • Diário Motor
Follow @DiariodoPoder
Diário do Poder

Privatização da Eletrobrás

Armando Ribeiro Araújo Armando Ribeiro Araújo
05/04/2021 às 14:12 | Atualizado às 20:17
0
Aprendendo com outros países
Compartilhar no FacebookCompartilhar no TwitterCompartilhar no Whatsapp
PUBLICIDADE

Pelo envio de uma Medida Provisória (MP-1031-2021) o governo anunciou que decidiu privatizar a ELETROBRAS.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esse assunto já vinha sendo tratado na sociedade e consequentemente motivo de discussões com foco em dois aspectos: (a) privatizar ou não; (b) como privatizar.

A ELETROBRAS, queiram ou não, teve papel muito importante no desenvolvimento do setor elétrico nacional. Somente depois da sua criação (com a contratação do consorcio CANAMBRA) o Brasil teve seu primeiro planejamento do desenvolvimento do sistema elétrico. Foi a ELETROBRAS também a gestora dos sistemas de planejamento coordenado (GCPS) e da operação interligada de sistemas (GCOI). A ELETROBRAS foi também o braço do governo a promover investimentos e dar garantias aos empréstimos dos Bancos Multilaterais, tanto para empresas federais como estaduais.

NotíciasRelacionadas

A CPI da Pandemia

Em conversa com senador, Bolsonaro pressionou por uma CPI mais ampla

Assim, aqueles que acreditam que o governo deve investir em infraestrutura, são contrários a privatização.

No entanto, o mundo mudou e hoje existem vários investidores e fundos de recursos (como fundos de aposentadoria) interessados em investir em infraestrutura.  Além disso, os montantes necessários já exigiram a abertura do setor para esses investidores. Por outro lado, a situação financeira da ELETROBRAS não tem permitido manter um ritmo adequado de investimentos o que tem resultado na progressiva redução de sua participação no setor. Assim na área de geração ela tinha uma participação de 34% em 2011 que deverá se reduzir para 24% em 2024; e em transmissão igualmente de 52% em 2011 para 39% em 2024.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Portanto a discussão sobre a privatização saiu do campo econômico e passou ao ideológico.

O outro aspecto é como privatizar. A maneira de privatizar a ELETROBRAS tem consequências não somente econômicas, mas de reflexos que podem comprometer o funcionamento futuro do setor elétrico. Porque?

Porque seria diferente privatizar a ELETROBRAS comparado com outra estatal, uma siderúrgica, por exemplo?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O risco está na dominância dos ativos da ELETROBRAS. O risco dos novos donos se tornarem um monopólio real. Detalhemos a dominância da ELETROBRAS hoje existente.

A ELETROBRAS é líder em geração de energia elétrica no Brasil, com participação de cerca de 1/3 do total da capacidade instalada do país. É também, a maior empresa brasileira de transmissão de energia elétrica, responsável por mais da metade das linhas com tensão maior ou igual a 230 kV no país. Possui várias subsidiarias (como Furnas, CHESF, Eletronorte, CGT Eletrosul) com participação acionaria superior a 99% em cada uma delas.

Portanto, os novos acionistas da nova Eletrobras terão uma dominância no setor. Apesar da MP proposta pelo governo tentar diminuir esse poder, ele existirá. E isso pode resultar em um poder de monopólio real inibindo a competição e racionalidade de custos e preços.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Portanto, o modelo a ser adotado para a privatização da ELETROBRAS não deve ser gerar caixa para tentar minimizar déficits fiscais, como o proposto na MP já referida. Isso seria um erro. O setor (e o país) pagariam caro no futuro.

Antes de discutirmos sobre a necessidade de um modelo adequado para essa privatização, faremos algumas poucas observações sobre a proposta consubstanciada na MP 1031-2021.

O modelo proposto pelo governo é de capitalização e na MP foram incluídos vários aspectos que, na realidade, não deveriam ter sido por se destinarem a outras finalidades.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como primeiro ponto, a MP cria uma serie de Fundos Regionais para as bacias da área da CHESF, da área de Furnas e da Amazônia criando transferência de recursos por 10 anos para a nova ELETROBRAS com a responsabilidade de implementar os programas associados a esses fundos. Isso seria uma distorção. Criaria um processo complexo e arriscado. Adicionalmente, não estão definidas as condições de extinção das outorgas, da encampação das instalações e das indenizações. Também não existe definição de como seria feita a cisão dos ativos de Itaipu e Eletronuclear.

O segundo ponto se refere a tarifas. A MP aumenta significativamente o volume de recursos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e reduziria o encargo social pago pelas distribuidoras de energia. Cria compensação por subsídios para reduzir as tarifas.

No governo Dilma já tivemos a tentativa de “magica” para reduzir tarifas artificialmente. Vamos repetir?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O terceiro ponto se refere ao próprio valor liquido da capitalização. O que o modelo proposto indica é o interesse do governo em fazer caixa para ajudar no déficit fiscal. Porem com a proposta somente metade do valor líquido obtido com a capitalização iria para a União visto que a outra metade seria para os aportes a CDE por trinta anos.

Outra oportunidade perdida refere-se ao CEPEL. A MP mantem o CEPEL na mesma forma hoje existente e determina a manutenção do pagamento das contribuições associativas ao CEPEL, pelo prazo de quatro anos, contado da data da desestatização.  Com a privatização da ELETROBRAS poderíamos reformular completamente o sistema de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do setor. Esse sistema tem se mostrado ineficiente e uma perda de recursos.  O CEPEL poderia ser transformado em uma agencia de pesquisa (um instituto) mantido por participação de TODOS os agentes do setor (geração, transmissão e distribuição) modificando-se a atual obrigação de cada empresa investir em seus programas próprios de P&D fiscalizados pela ANEEL para uma participação anual das mesmas no Instituto CEPEL. Esse instituto poderia ser gerido por representantes das empresas e focar os trabalhos de P&D em atividades recomendadas por um painel de especialistas. Algo similar ao feito no Edson Electric Institute dos EUA.

A MP também recomenda criar uma estatal para manter sob o controle da União a operação de usinas nucleares e para manter a titularidade do capital social e a aquisição dos serviços de eletricidade da Itaipu Binacional. Seria realmente necessário? Não seria possível a união manter esses controles por meio dos seus representantes nos Conselhos de Administração dessas entidades?

Em conclusão, e considerando todas as observações já aqui referidas, julgamos que essa privatização necessita inicialmente de uma analise aprofundada e desenvolvimento de uma modelagem para ser efetuada.

Armando Ribeiro de Araújo é carioca, Engenheiro Eletricista formado pela UFRJ com Mestrado pelo Illinois Institute of Technology e Doutorado pela Universidade Federal de Itajubá.  Tem 55 anos de experiência profissional com atuação no Brasil e em vários países.  Atualmente é Consultor Individual com contrato com o Banco Mundial e outras entidades.

PUBLICIDADE
Diário do Poder

Poder, política e bastidores, sem perder o bom humor. Desde 1998.

Siga @DiariodoPoder

EDITORIAS

  • Cláudio Humberto
  • Política
  • Opinião
  • Justiça
  • Dinheiro
  • Brasil e Regiões
  • Exteriores

SEÇÕES

  • Diário Motor
  • Poder em Números
  • Vídeos
  • Imagens
  • Humor
  • Poder sem Pudor
  • Frase do Dia

SOBRE NÓS

  • Anuncie
  • Sobre o DP
  • Equipe
  • Fale Conosco
  • Reportar Erro
  • Política de Privacidade

© 2020 Diário do Poder

No Result
View All Result
  • DP
  • COVID-19
  • Cláudio Humberto
    • Coluna Cláudio Humberto
    • Frase do Dia
    • Poder sem Pudor
  • Opinião
  • Vídeos
  • Política
    • Política
    • Poder em Números
  • Justiça
  • Dinheiro
  • Brasil e Regiões
    • Brasil
    • Alagoas
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Rio de Janeiro
    • São Paulo
  • Exteriores
  • Diário Motor
  • Humor
  • Imagens
  • Sobre o DP
    • Sobre o DP
    • Equipe
    • Princípios Editoriais
    • Código de Ética
    • Política de Correção
    • Política de Privacidade
  • Fale Conosco
    • Fale Conosco
    • Anuncie
    • Reportar Erro

© 2020 Diário do Poder

sponsored