Palpites na volta: fuga de Mossoró; Lula & holocausto
Sempre achei, que viajar é uma forma de aprender.
Quintana já evocou: “Viajar é mudar a roupa da alma” e acumular cultura e experiências, através das “janelas dos olhos”.
Acabo de desfrutar do frio na Serra da Estrela portuguesa, em comunidades de extrema hospitalidade, hábitos e gastronomia, com infraestrutura de primeira qualidade.
Estive também em Málaga, na Espanha. De lá para Gibraltar, 135 km. Satisfiz a curiosidade de conhecer o rochedo de Gibraltar, 420 metros de altitude. Um promontório militarmente estratégico, na entrada do mar Mediterrâneo, separando a Europa da África.
Tem-se a impressão de estar no Reino Unido, por ser considerado território britânico. Pouco mais de 30 mil habitantes.
Embora há 300 anos, a Espanha tenha perdido a posse dessa área, até hoje Madri não desiste de recuperá-la. O general Francisco Franco considerava “um punhal cravado na espinha de Espanha”.
Sai e voltei, com duas manchetes na mídia.
Detentos perigosos fugiram do presídio de Mossoró, RN, o meu estado.
Nota-se, que o combate ao “crime organizado” não depende dos estados federados. É uma sofisticada rede transnacional, de atividade criminosa, que ultrapassa fronteiras nacionais, desafiando a aplicação da lei.
Outro fato é o prosseguimento do massacre em Gaza e o inadequado pronunciamento do presidente Lula, comparando ao holocausto, o maior crime da história, no qual os nazistas dizimaram seis milhões de judeus de maneira sistemática.
Não cabe acusar Israel de ações idênticas ao holocausto, que foi a mais chocante feição da infinita maldade do homem contra o homem, com o extermínio de seres humanos, por motivo de sua nacionalidade, raça, religião ou credo político.
Porém, chega aos limites da desumanidade, a situação em Gaza, que não pode continuar.
Não se discute, que Israel tenha sido criminosamente invadido pelo Hamas e exerce o seu legítimo direito de defesa, que deve, entretanto, ter limites humanitários.
Milhares de judeus e árabes nas ruas de Tel Aviv, juntos, já pedem a renúncia de Netanyahu.
Todos contra a guerra de Gaza.
A escritora e poetisa judia Edith Bruck – que, na primavera de 1944, aos 13 anos, foi capturada e deportada para gueto humano em Auschwitz -, dirigiu duras críticas ao atual primeiro-ministro israelense, afirmando que “ele prejudicou os judeus da diáspora, porque ele reviveu o antissemitismo, que nunca desapareceu e agora aumentou”. Bruck também expressou sua crença, de que os terroristas nunca serão eliminados com essa política.
Bruce Riedel, que passou três décadas na CIA e no conselho de segurança nacional, aconselhando quatro presidentes diferentes, declarou que os Estados Unidos poderiam agir e pressionar o cessar fogo.
Foi adiante ao declarar, que “Todos os dias fornecemos a Israel os mísseis, com os drones, com a munição, que ele precisa para sustentar uma grande campanha militar como a campanha em Gaza”.
Biden terá que ser mais firme.
Ele experimentou tragédias pessoais devastadoras. Perdeu a esposa sua esposa de 29 anos e filha de um ano em um acidente de carro e, décadas depois, o filho faleceu de câncer no cérebro. No entanto, ele agora possui o poder, único entre os 8 bilhões de pessoas que vivem neste planeta, para pegar o telefone e exigir em nome do poderio americano o cessar fogo, sem que isso cause qualquer humilhação a Israel, o aliado tradicional.
Biden terá que agir em 2024, como Ronald Reagan agiu, em 1982, quando, segundo o jornal britânico “The Guardian”, apelou a Menachem Begin, então primeiro-ministro israelense, para “expressar a sua indignação” e condenar o derramamento de sangue, exigindo a suspensão.
O líder israelense. Begin, respondeu com sarcasmo, dizendo ao presidente Reagan, que “sabia muito bem o que é um holocausto”.
Reagan, no entanto, não recuou. Invocou o poderio americano e insistiu no cessar fogo em Beirute. Vinte minutos depois, Begin ligou de volta para Reagan e comunicou-lhe que havia ordenado parar o bombardeio.
Atualmente, a Humanidade espera o “cessar fogo”, independentemente de ser favorável a judeu ou a palestino.
Afinal, estão em jogo vidas humanas e não apenas interesses de países.