Os 25 anos da Uninter e os desafios da educação

acessibilidade:

Há uma dimensão quase épica, incalculável, realizar parte dos sonhos de mais de 500 mil pessoas, formando-as para o mercado de trabalho, contribuindo também na formação da cidadania, condição vital na construção de uma sociedade mais justa e de oportunidades para todos. Essa tem sido a contribuição da Uninter em 25 anos de atividades.

Lembro muito bem dos desafios que esta missão nos impôs desde o começo para levar de Curitiba um ensino de qualidade para todo o Brasil. No início, enviávamos professores de avião nos finais de semana para dar cursos de pós-graduação em todo o Brasil. Em Belém  (PA) e Manaus (AM), eles pegavam os barcos que subiam os rios e iam dar aula em comunidades ribeirinhas. Tínhamos pós-graduação de norte a sul.

Era um projeto chamado Faculdade Vai a Escola que deu início à Facinter (Faculdade Internacional de Curitiba), depois veio a Fatec, e com a fusão das duas faculdades criou-se o Centro Universitário Internacional Uninter. Hoje, estamos em todos os estados, em mais de 700 cidades, em nove estados nos EUA, na Inglaterra, Portugal e Japão. No Japão, estamos em três localidades atendendo a comunidade brasileira.

A Uninter já formou mais de 500 mil alunos de graduação e pós-graduação nas mais diversas áreas do mercado de trabalho. Hoje, é a única instituição credenciada com nota cinco, a nota máxima do ensino à distância (EaD) do Ministério da Educação.

Eu sempre digo e repito que a educação abre portas, pavimenta o futuro, realiza sonhos, transforma as pessoas e edifica o caráter. A Uninter fez e continua fazendo história na vida do povo brasileiro, gerando empregos, renda e educação.

Mesmo na pandemia, a Uninter se destacou e se mostrou preparada. Além de oferecer mais de 400 cursos de graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado e extensão. Participou ativamente da luta contra a Covid, ofereceu cursos de qualificação gratuitos a centenas de milhares de voluntários para enfrentamento e tratamento da pandemia.

Por 12 vezes foi a marca mais lembrada em educação a distância, ganhando por doze anos consecutivos o prêmio Top Educação. Também venceu o prêmio Reclame Aqui, na categoria Universidades e Faculdades, e está entre as 10 maiores instituições de ensino superior do país, segundo levantamento do Valor Econômico, da Serasa Experian e da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP).

Todo esse reconhecimento é fruto de um trabalho intenso, porém gratificante, de mais de 1,6 mil professores e colaboradores que atendem, neste momento, a 385 mil estudantes ativos.

A partir de agora, assim como em todas as áreas, estamos à frente de novos e importantes desafios. Um deles é garantir e ampliar o acesso à internet, o que se costuma chamar de inclusão digital, universalizando esse tipo de serviço a todos os segmentos e setores da sociedade.

Uma pesquisa do IBGE, entre 2013 e 2015, trouxe dados interessantes. Apontam que quanto menor a renda, menor ainda é o acesso à internet: 32% para aqueles que ganham até 1/4 do salário mínimo – o que representa 25 milhões de brasileiros – e de 92% para quem ganha acima de 10 salários mínimos, pouco mais de um milhão de pessoas. Reduzir essa desigualdade, portanto, será muito importante na inclusão de pessoas a tudo o que se faz hoje através da internet. E não é pouca coisa.

Outro ponto se refere à escolaridade. Quanto mais tempo de educação formal, maior é a conexão à internet. Estudos mostram que 7% das pessoas que têm um ano de escola acessam a internet pelo menos uma vez, enquanto 92% das que têm mais de 15 anos de estudos acessam com frequência a rede.

A pandemia e a internet nos ensinaram muito e trouxeram uma nova realidade no mundo moderno. Hoje, mais de 1,8 mil serviços públicos podem ser acessados online, as compras e pedidos entregues em casas aumentaram em 41% e hoje representam 13 milhões de novos consumidores. O trabalho em casa aumentou 309%. E tudo isso é conectado, de uma forma ou outra, com alguma ferramenta digital. Recentemente, a pane no facebook, instagram e whatsapp mostrou o tamanho e a importância da relação das redes sociais com o mercado de trabalho.

Vou citar ainda um estudo da UFRGS que revela as 14 profissões que estão em ascensão no curto (2 anos), médio (5 anos) e longo prazo (10 anos) na indústria de transformação e nos serviços produtivos. Essas novas funções, relacionadas com a digitalização do setor, poderão ser responsáveis por 767,5 mil oportunidades de trabalho, das 14,9 milhões de vagas, nos próximos 10 anos. Nesse período, serão pelo menos 32 novas profissões em áreas correlatas ao universo digital.

Esses números chamam atenção para a importância da formação de mão de obra. Nos próximos dois anos, a demanda será de 401 mil profissionais, porém só haverá 106 mil disponíveis, o que representa uma lacuna de 74%. Há ainda estimativas, mais superlativas, que apontam a criação de 10 milhões de empregos com a implantação da rede 5G na internet, o que amplia essa lacuna de forma exponencial.

Acredito que esse é o nosso principal desafio nesta década. E preparar e habilitar as pessoas passa pela qualificação do ensino em todos os níveis, principalmente o médio, através de novas ferramentas e condições para que os estudantes consigam projetar as oportunidades que se apresentam e que estão para ser criadas.

Foi assim, vivenciando as necessidades da população para, em seguida, apresentar soluções que nasceu, se fortaleceu e se consolidou a Uninter nesses 25 anos. Um sonho de educação que ajuda a construir uma nova realidade para o Brasil e para o seu povo.

Wilson Picler, professor, mestre em engenharia, doutorando na Unicamp, é chanceler da Uninter.

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