O que nos aguarda

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O ano de eleições gerais, 2026, vai encontrar o Brasil cansado com a política e desiludido com os sucessivos fracassos da Democracia, que não resolveu, em todas essas décadas, os grandes problemas do povo: a educação de qualidade para todos, a saúde pública, o emprego, moradias dignas para os mais pobres, o transporte, a segurança pública e tantas outras necessidades que compõem as exigências para uma vida digna. O Brasil sempre dependeu muito dos políticos eleitos como Presidentes da República.

Os partidos políticos não existem mais, são balcões de negócio para o registro das candidaturas e a distribuição do Fundo Eleitoral e Partidário, entre os protegidos das direções partidárias. Os 32 partidos atualmente registrados são um escarnio, um deboche com o povo brasileiro. O Congresso Nacional, o “supremo poder”, é um arremedo grotesco do que deveria ser a “representação do povo”, viciado em chantagens políticas, continuará a ter papel determinante no futuro governo. O Supremo Tribunal Federal permanece como o único farol confiável, coerente e competente, protegendo e indicando o caminho da Justiça e da Democracia para o país.

Imagino que se possa tentar simular o futuro, com algum grau de certeza, apontando os três grupos de candidatos a serem eleitos. O Presidente, pelas ultimas indicações, certamente será uma figura popular, demagogo, que saberá cativar” o eleitorado ingênuo.

O Congresso deverá ser a repetição do que se tem nas últimas décadas, desde 1945 com fim da ditadura Vargas. A eleição de um pequeno grupo de pessoas dignas e competentes que sabem como encaminhar soluções emergenciais, para as sucessivas crises que nos assolam na economia, na política, na organização social e no exercício do Poder Judiciário. Outro grupo, majoritário, preocupado com seus interesses, ignorantes sobre o que se passa no mundo e no Brasil, peritos em perceber as possibilidades de ganhos com a pratica da “venda dos seus votos”, são moralmente débeis, mas formam maioria na hora das votações. Também existe, sempre, um conglomerado de parlamentares que são “os outros”, como se diz os “marias vão com as outras”, decisivos nas votações de temas importantes, que desconhecem, mas votam com a troca de favores. Contentam-se com as sobras da esbornia parlamentar, votam com as lideranças que mais sabem seduzir com nomeações de parentes ou “correligionários desempregados”, ou emendas orçamentárias para atender solicitações das “bases eleitorais” deste anódino grupo. E assim o Brasil segue construindo sua história medíocre, aos “trancos e barrancos”.

As poucas pessoas honestas e patriotas, ainda interessadas no futuro do Brasil, parecem “fugir” da vida pública, desencantadas e com vergonha de participar da farsa em que a nossa política se transformou. Predomina no ambiente o “politicamente correto”, adotados como verdadeiros programas partidários pois soa bem, parece “moderno” para a mídia e para população sequiosa de quaisquer novidades, principalmente as destruidoras de valores morais do “passado”: patriotismo, honra, dignidade, respeito reverencial à Republica e suas Instituições, promoção do bem comum, são valores desconhecidos e cada vez mais desdenhados.

O Brasil precisa dar um basta à sua medíocre trajetória histórica voltando-se para um futuro de progresso e de justiça social. Precisa afastar-se desses partidos e eleger bons candidatos avulsos, independentes, livres das peias dos conchavos indecentes e compromissos escusos dos atuais partidos. O pior é que esses malandros afirmam, com empáfia cretina, que isso, essas conversas reservadas, conchavos e compromissos muitas vezes escusos, é o verdadeiro trabalho de fazer política…

Atualmente, final de 2024, ainda não se conhece uma “cara nova” decente no panorama pré-eleitoral. As melhores cidadãs e cidadãos precisam ser eleitos, para os vários cargos, formando maioria independente, patriotas conscientes da responsabilidade de salvar o Brasil do triste e trágico destino a que está destinado, se continuar a trilhar este caminho. A “direita” fascista e boçal soube se organizar para invadir os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palacio do Planalto, destruindo as sedes dos poderes da República, em 8 de janeiro de 2023 – uma tentativa de um golpe de Estado com a finalidade de impedir a posse do governo do novo Presidente eleito. Não venceram porque a maioria dos comandantes das Forças Armadas não aceitaram o golpe pretendido. Os democratas não sabem se organizar ou estão acovardados com a audácia violenta da “direita radical”.

É urgente que a decência, que ainda resta no país, se organize para que um basta seja dado a esta situação. É importante indagar porque os Intelectuais, as Universidades e as Igrejas não se manifestam, veementemente, alertando o povo para o perigo que assola a nação, incentivando a sempre enganada “maioria silenciosa de honestos brasileiros e brasileiras” a agir votando bem, escolhendo os melhores candidatos, salvando assim o Brasil de um trágico destino.

Eurico de Andrade Neves Borba, ex-professor da PUC RIO, ex-Presidente do IBGE, é do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, mora em Ana Rech, Caxias do Sul, eanbrs@uol.com.br

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