Nova guerra a caminho
Ao invés de reduzir, aumentam as possibilidades de guerras sangrentas no planeta. Em Gaza morrem crianças, quase diariamente. Há quatro anos, o Iêmen está em uma violenta guerra civil. Mais de 12 mil pessoas foram mortas no conflito, que mergulhou o país na pior crise humanitária do mundo. 85 mil crianças menores de cinco anos podem ter morrido de fome ou doença grave. Croácia conflito infindável. Na Venezuela, o povo nas ruas enfrenta uma ditadura no poder.
Agora, os riscos aumentaram, com o assassinato de Ismail Haniyeh, na Praça Felestin em Teerã, Irã, que era o líder político do grupo palestino. Ele comandava articulação políticas do Hamas do exílio no Catar e estava entre os negociadores em conversas em andamento entre Israel e Hamas, mediadas pelo Egito, Catar e Estados Unidos, para acabar com a guerra em Gaza.
Por meio de um comunicado, o Hamas informou que Haniyeh foi eliminado “em um ataque sionista traiçoeiro à sua residência em Teerã”. A sua morte pode gerar consequências sérias na guerra do médio oriente. Era o rosto da diplomacia internacional do grupo palestiniano, viajando entre a Turquia, o Irão e o Catar.
O político nasceu em 1962 no campo de refugiados de Shati, ao norte da Cidade de Gaza, de pais palestinos. Preso pelo exército israelense, ele cumpriu várias sentenças em presídios israelenses nas décadas de 1980 e 1990. Era um obstinado pela causa palestina. Repetia sempre “Não vamos ceder, não importa os sacrifícios”. Já havia perdido dezenas de membros da família na guerra.
A verdade é que tanto Israel quanto o Hezbollah vêm se preparando para uma guerra total, desde 2006, quando lutaram um conflito de 34 dias. Atualmente começam a circular ameaças de invasão do Líbano, uma nação já submersa em mal-estar econômico e político e em risco de colapso total no caso de uma invasão israelense. Mas, as consequências para Israel também seriam altas. O Hizbollah, amplamente considerado o ator não-estatal mais fortemente armado do mundo, é um inimigo muito mais poderoso do que o Hamas. O dilema está colocado: Israel não recua. E o Irã também não.