Missão cumprida, Paulo Tarso
A notícia sobre a gravidade do estado de saúde de PTFL nos chegou durante o almoço quando que reúne tradicionalmente um grupo de diplomatas aposentados.
Ficamos todos consternados.
A comida, se chegou a ser deglutida, perdeu o sabor. Tornou-se insípida, ou, dito de outra forma, ganhou um gosto amargo de tristeza.
A prosa , até então fluida e animada, interrompeu-se. Bocas calaram-se. Os olhos fizeram-se rútilos. A informação correu rápida. Teclados dos celulares manuseados buscavam, angustiados, a confirmação da má notícia. Outros se encarregaram de difundi-la a outros amigos, todos amigos e admiradores de PTFL.
No fim da tarde veio o anúncio. Nosso querido amigo tinha enfim partido.
Já estávamos preparados para o pior? Duvido. Ninguém se prepara para ver esvairem-se os (ainda que tênues) sinais de esperança que nos animavam.
Missão cumprida. Foi-se.
Se Deus quiser, serena e altivamente. Foi descansar, esse meu Mestre e amigo. Lá em cima tomará Lúcia pela mão, com a mesma paixão que fez, pela primeira vez, àquela linda menina que lhe disse ter 15 anos. Hoje vai chamá-la para passear nos campos plácidos e floridos do Senhor. Namorar. Botar a conversa em dia. Chamar também Paulinho, que chegou lá em cima antes. Parece até que será como naquele 28 de janeiro de 1958, quando uniram suas vidas perante Deus e os homens.