Hoje é o dia delas. Amanhã também. Ou seja, sempre

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Hoje, diz o calendário, se comemora o Dia Internacional da Mulher.

Em tempos complicados em que vivemos, é preciso nunca esquecer delas e de render-lhes as devidas homenagens.

E, como diplomata que fui, ora inativo, queria reiterar hoje uma mensagem às nossas colegas de ofício. As mulheres diplomatas. Elas que muitas vezes dividem suas funções profissionais com o papel de mães e esposas.

E, decerto, às nossas mulheres, companheiras também, que elas dividem conosco a missão de servir ao Brasil, como parceiras leais nessa empreitada de vida diplomática, onde nem sempre e nem tudo são flores.

Costuma-se dizer, com muita sabedoria, que por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. A expressão não faz o devido jus ao papel da mulher do diplomata. A frase deveria dizer que ao lado (e não por trás) de um grande diplomata há sempre uma grande mulher de diplomata. É certo que há quem invoca o chamado roteiro “Elizabeth Arden” para, com certa maledicência, referir-se a destinos e endereços glamourosos dos diplomatas a serviço no exterior, como Paris, Londres ou Nova York. Muitos desses detratores, decerto involuntários e ignorantes das facetas da nossa profissão, esquecem ou desconhecem que existe um outro roteiro denominado “Indiana Jones”, os chamados postos de sacrifício, que incluem paragens inóspitas e insalubres, onde a nobreza e o sentido de missão de nossa Carreira nos obrigam a servir. Eu mesmo fui servir em posto do gênero com um filho de dois anos e meio.

Lá como alhures, nossas mulheres e companheiras, essas guerreiras formosas sempre souberam como poucas semear e construir um jardim de preciosas espécies de cores e aromas e as regassem todo dia com dedicação e cumplicidade em situações não raro árduas e espinhosas. Pois que flores tem seus espinhos. Conciliando, ademais, esses cuidados com outros não menos árduos, com aqueles de esposas, parceiros, companheiros pais e mães extremadas, soberanas dos nossos lares.

Não existem para o diplomata postos difíceis ou de sacrifício se ele tem um ma família e estruturada e uma companheira e cúmplice de sua missão.

Por isso, hoje, ao celebrarmos o Dia Internacional da Mulher exaltamos o papel da mulher do Diplomata, que nos acompanha mundo afora como bastiões inexpugnáveis de nossas carreiras, fiadoras de nossos êxitos profissionais e conforto e alívio de nossos fracassos eventuais.

Digo e repito que é desnecessário destacar que tudo que se diz sobre o diplomata e a mulher diplomata se aplica naturalmente e com toda justiça à mulher diplomata, essas profissionais que cada vez mais, para o bem do Itamaraty e felicidade geral do Brasil, ocupam posições de relevo na nossa profissão. A elas nossa merecida homenagem.

Dante Coelho de Lima é diplomata.

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