GP São Paulo de F1: os 50 anos da construção de um evento
Em março de 1972 o Brasil entrava para o mundo da Fórmula 1 pelas curvas e retas do icônico Autódromo de Interlagos. Foi uma corrida extraoficial, é verdade, vencida pelo argentino Carlos Reutemann. Em novembro próximo, quando o campeão Max Verstappen, belga para alguns, holandês para outros, tentar ampliar a vantagem no campeonato já vencido de 2022, o Brasil celebrará seus 50 anos no evento de automobilismo mais famoso do mundo.
Mesmo que por alguns anos tenha sido realizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, a casa brasileira da corrida é a capital paulista – que passou a nominar a etapa há dois anos: GP São Paulo de F1. Apesar de uma saudável, e algumas vezes encenada disputa entre as duas grandes cidades, Interlagos enfileira predicados e fatos que o qualificam como sede nacional: o campeão do mundo em 1972, Emerson Fittipaldi venceu no circuito paulistano em 73 e 74; em 75 foi a vez de outro paulista ganhar: José Carlos Pace — morto precocemente dois anos depois.
A paixão dos brasileiros pelo esporte foi nutrida desde o nascimento por vitórias e emoções. E, sim, é mais fácil gostar de esportes quando estamos ganhando. Depois de Fittipaldi e Pace mais dois paulistanos receberam a bandeirada final na frente em Interlagos: Ayrton Senna, em 91 e 93, e Felipe Massa, 2006 e 2008. Completando o pódio nacional, Nelson Piquet venceu duas vezes no Brasil, porém no autódromo de Jacarepaguá, que depois passou a ostentar o seu nome e, por fim, foi desativado para abrigar outras estruturas esportivas.
Em novembro haverá um novo encontro entre os brasileiros e a F1. No feriado prolongado de Proclamação da República os pilotos estarão mais vez celebrando o esporte no circuito considerado um dos mais charmosos e desafiadores do campeonato.
O público encontrará um autódromo com capacidade ampliada para cem mil expectadores. O GP São Paulo de F1 é um dos eventos estratégicos da cidade. Com transmissão para mais de 180 países, ajuda na construção de uma imagem positiva para o Brasil e, em particular, da capital e do estado.
Na edição do ano passado, segundo o Observatório de Turismo e Eventos da cidade de São Paulo, o impacto econômico foi de R$ 960 milhões, além da geração de quase dez mil postos de trabalho diretos e indiretos. Do público, mais de 40% vieram de outros estados, o consolidando como evento nacional.
Para marcar os 50 anos e aproveitando os holofotes sobre o tema, entre 18 de outubro e 20 de novembro, haverá na Oca, Parque Ibirapuera, uma exposição que conta essa trajetória de tão boa memória.
Utilizar eventos como alavanca para a atração de turistas e geração de impacto econômico é uma estratégia que São Paulo vem aprimorando. Ainda em novembro, por exemplo, teremos pela primeira vez no País o Primavera Sound, festival espanhol de música. Para o ano que vem, ao calendário já bastante variado, serão acrescentados a Fórmula E, corrida de carros elétricos, em março, e o The Town, em setembro.
Essa dinâmica é fundamental para a geração de negócios, em particular nos serviços e, destes, o turismo. A atração de visitantes contribuiu para o aquecimento econômico que, ao final e ao cabo, gera impostos que custeiam projetos sociais e de desenvolvimento, melhorando a cidade para os moradores.