Casamento perfeito: fontes limpas e armazenamento de energia por baterias

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O AEB é fundamental para uma rede elétrica eficiente e limpa. Ele permite produzir energia limpa quando é abundante, armazená-la e colocá-la de volta na rede elétrica quando necessário. Assim como a refrigeração mudou a forma como as pessoas consumiam alimentos, o AEB pode revolucionar a forma como usamos a energia.

O AEB para energia renovável abrirá novas portas e permitirá que as FLE se tornem mais confiáveis, acessíveis e prontamente disponíveis, aumentando a confiabilidade, reduzindo custos e aumentando a resiliência da rede.

Alguns benefícios desse casamento:

– Aumenta a confiabilidade e a flexibilidade, garantindo o fornecimento contínuo e sincronizado de eletricidade na rede.

– Reduz custos, armazenando energia quando os preços estão baixos e descarregando-a durante os períodos de pico, quando as tarifas são mais altas.

– Protege a produtividade das empresas evitando interrupções dispendiosas.

– Protege os consumidores contra os inconvenientes de apagões elétricos.

– Suaviza rampas ocasionadas pela geração intermitente das fontes limpas, descarregando ou armazenando durante períodos de baixa ou alta produção de energia.

– Proporciona maior densidade energética, pois ocupam pouco espaço para a quantidade de energia que liberam.

– Pode ajudar a reduzir as restrições de despacho das usinas de geração nas oscilações de demanda de energia.

– Pode fornecer o que é conhecido como “serviços de capacidade” em horários estratégicos, garantindo confiabilidade de fornecimento durante os horários de pico de consumo, evitando a contratação de outras usinas que poderiam ser mais caras para a mesma finalidade.

– Pode colaborar na redução e na postergação dos investimentos na expansão da rede de transmissão e distribuição.

O armazenamento de energia é um divisor de águas para a energia limpa. Alguns números que apontam nessa direção: os EUA atingiram capacidade instalada de AEB de 11.000 MW em 2023, com previsão de alcançar 80.000 MW em 2030; o Chile espera atingir 2.000 MW de AEB em 2024, assumindo liderança na América Latina; na China, a capacidade instalada atingiu 31.000 MW em 2023.

O Brasil está acordando agora para o AEB, a capacidade instalada atual ainda não atingiu 50 MW, e o país ainda não regulamentou o setor.

Vale informar que os preços das baterias caíram drasticamente em virtude da economia de escala. A tendência se manterá nos próximos anos, inclusive com o surgimento de tecnologias mais avançadas, como o armazenamento por gravidade.

Seria uma insensatez não incluir o armazenamento de energia por baterias nas diretrizes do próximo leilão de reserva de capacidade. A inclusão tornará a Matriz Elétrica Brasileira mais resiliente aos picos de demanda que é o objeto do leilão, evitando sobrecargas e falhas que podem levar a apagões, bem como, alinhar o Brasil com as melhores práticas globais em termos de transição energética.

Daniel Lima é presidente da Associação Nordestina de Energia Solar (Anesolar).

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