A perseguição permanente

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A mídia divulga diariamente matérias sobre o Ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, destacando sempre estar inelegível, batem tanto que dizem que ele é igual à receita de bolo, quanto mais batem, mais ele cresce.

As demonstrações populares recentes, com milhares de apoiadores, são os registros também permanentes da sua popularidade, 2026 está logo ali para ser confirmada.

O povo brasileiro o trata como ídolo. A facada que levou ainda ecoa em todo o Brasil.

Eu, agora com 87 anos, só conheci um político com a dimensão popular como a dele: Carlos Frederico Wernek de Lacerda, primeiro governador do recém criado Estado da Guanabara, em 1960. Era espetacularmente brilhante, foi o fundador do Jornal Tribuna da Imprensa, no Rio de Janeiro, deputado Federal, jornalista brilhante, era um trator. O apelidaram de o CORVO. Vou transcrever trecho de uma correspondência que ele enviou para o então senador Afonso Arinos.:“De volta da Europa encontro os seus 70 anos subitamente celebrados. Embora já os esperasse , fui de certo modo surpreendido. E se agora lhe escrevo, ainda por cima à maquina para evitar-lhe o trabalho de decifração, é para dar conta da surpresa. Dispenso as observações habituais – o tempo passa,etc. O que mais me agradou no seu septenário é o modo pelo qual você o atingiu. A simplicidade olímpica, coisa que você sempre desejou, agora teve. A modéstia orgulhosa. Ou seja – um traço de humildade numa imagem ativa, senão mesmo vaidosa.

Temos Letícia e eu, sempre saudades de nossos primeiros anos de amizade. Da confiança plena. Da não competição. Ela conservou sempre por você, não direi que sem tal ou qual mágoa, essa carinhosa admiração que hoje livremente mantém. Eu, não. Talvez por medida preventiva, com aquele temor que as pessoas têm umas das surpresas que as outras são capazes, agredi por temor de agressão – e afinal fui agredido. Podia dizer que não adianta falar nisto. Mas, adianta, para dizer que a sua curiosa expressão “reamigo” tem um sentido muito profundo ao mesmo tempo que um pouco falso. Pois na verdade estou convencido de que não se deixa de ser amigo quando se briga, apenas é uma forma negativa, distorcida, às vezes até hedionda, de amizade. Não foi o nosso caso. O nosso foi caso de impaciência, de desconvivência, de desconfiança e, sobretudo, de um equivoco enorme: você tinha uma ambição política muito maior do que a minha e eu não sabia.

Jorge Motta é jornalista.
sjsmagro@yahoo.com.br

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