A caneta mágica de Toffoli

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Ao reescrever a história pela magnitude dos desvios da conduta dos poderosos e pela ousadia daqueles que deverão ser os guardiões da legalidade, mergulhamos no turvo da Justiça Brasileira. Dias Toffoli, o onipotente ministro do Supremo Tribunal Federal, mais uma vez se consagra na arte de reescrever a história com um simples toque de sua caneta e anula todos os atos da Lava Jato contra Marcelo Odebrecht.

É bom lembrar que jamais chegaria a este cargo se tivesse que passar por exames e conhecimento. Bem que tentou, mas jamais foi aprovado. Chegou ali por ser amigo do amigo de meu pai.

A justificativa? Muitas alegações sobre a arbitrariedade da prisão do ex-CEO da empreiteira, e de todos os atos subsequentes. É de se admirar a habilidade retórica do ministro ao redirecionar o foco da discussão da imensidão de propinas e corrupção desvelada para a suposta parcialidade de juiz e procuradores de Curitiba. Tinha um bom assessor para escrever suas ideias safadas.

Toffoli em sua caneta mágica envolve a anulação de todos os atos da Lava Jato contra Marcelo com uma miríade de alegações sobre a arbitrariedade da prisão do ex-CEO da empreiteira, e de todos os atos subsequentes. Ele diz que o foco da discussão, da imensidão de propinas e corrupção desvelada tem apenas a ver com a suposta parcialidade de juiz e de procuradores de Curitiba.

Vejamos a situação com um pouco mais de ironia crítica: Toffoli não se perturbou com as evidências gritantes de que a Odebrecht não apenas subornava políticos, mas operava como um verdadeiro centro financeiro ilícito para campanhas e compras de apoio parlamentar.

Toffoli não se perturbou ao saber que a Odebrecht reconheceu seu crime e até devolveu dinheiro. Quem é inocente, não devolve dinheiro. Mas para Toffoli, o grande problema reside na “parcialidade” de quem ousou expor o submundo da corrupção.

Num país onde a justiça parece operar de forma cíclica, é perturbador perceber que figuras como Marcelo Odebrecht podem ser redimidas judicialmente, apesar de suas confissões e do peso das evidências.

É Toffoli e a Justiça de Caneta Mágica, reescrevendo a História com Elegância Jurídica. É ele, Dias Toffoli, o onipotente ministro do Supremo Tribunal Federal, que mais uma vez se consagra na arte de reescrever a história com um simples toque de sua caneta.

Nessa sua mais recente façanha, ele anula todos os atos da Lava Jato contra Marcelo Odebrecht. A justificativa? A arbitrariedade da prisão do ex-CEO da empreiteira, e de todos os atos subsequentes.

Ao mergulharmos mais uma vez no turvo oceano da justiça brasileira, somos surpreendidos, não pela magnitude dos desvios de conduta dos poderosos, mas pela ousadia daqueles que deveriam ser os guardiões da legalidade. Dias Toffoli, o onipotente ministro do Supremo Tribunal Federal, mais uma vez se consagra na arte de reescrever a história com um simples toque de sua caneta. Com certeza, escrito por outros.

Ao analisarmos os poderes vigentes e o quanto estão ligados e subestimados uns aos outros, podemos dizer que Toffoli não se perturbou com as evidências de que a Odebrecht não apenas subornava políticos, mas operava como um verdadeiro centro financeiro ilícito para campanhas e compras de apoio parlamentar. Para ele, o grande problema reside na “parcialidade” de quem ousou expor o submundo da corrupção.

Mas aí vem o pior que é a justiça às avessas que inocenta um réu confesso. Para o ministro, apelidado carinhosamente nos e-mails internos da Odebrecht de “amigo do amigo do meu pai”, este não viu qualquer conflito de interesse em julgar casos que lhes são tão próximos. Quem sabe, a familiaridade com os envolvidos não facilita a busca pela justiça? Afinal, nada como ter um amigo do amigo de meu pai nos lugares certos, especialmente quando se trata de apagar rastros indesejáveis de um passado repleto de sombras.

E o pior do pior é arquivar os crimes de Zé Dirceu e de Lula que foram detalhados e comprovados na delação do ministro de Lula, Pallocci. Ele disse e contou como tudo era feito, mas o STF fez ouvidos de mercador.

Vale o que queremos que valha. Afinal, aqui não fazemos justiça, apenas fazemos amigos e amigos dos amigos do meu pai.

Com sua caneta mágica, Dias Toffoli e os seus continuam a escrever uma história onde a verdade é moldada ao sabor das conveniências políticas. Com o seu pincel, o STF por conta do Moraes, o chefe, inocenta bandidos e prende cidadãos que gritam por justiça, como os que foram às ruas para protestar e hoje estão presos como bandidos e exilados sem, em nenhum momento, roubarem ou atuarem contra a lei.

E a nós, meros espectadores, resta-nos observar, ironicamente, a justiça ser desvirtuada por aqueles que deveriam ser seus mais fervorosos defensores.

(*) Izalci Lucas – Senador pelo PL do DF

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