Zelensky convida Lula para reunião, mas petista diz que não sabe se irá
Eles estão no Japão convidados a assistir a cúpula de líderes do G-7
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitou ao Itamaraty uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a cúpula dos líderes do G7, em Hiroshima, no Japão. No entando o brasileiro, que já se reuniu homem de confiança do presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que ainda não sabe se vai se encontrar com o ucraniano ainda no Japão.
Na saída do hotel onde está hospedado, Lula foi econômico nas palavras, ao ser questionado sobre a possibilidade da reunião, limitando-se a um simples “não sei”.
Na última semana, Zelensky já recebeu o assessor para assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, em encontro na capital ucraniana, Kiev. Na reunião entre os líderes, Amorim ressaltou a importância da criação de um grupo de países que possam liderar a proposta de acordo de paz entre Ucrânia e Rússia – países que estão em guerra desde fevereiro de 2022.
“Não será fácil chegar a uma confluência. Será necessário que os dois lados cheguem à conclusão de que o custo da guerra é maior do que o custo de certas concessões”, afirmou à época.
Nas redes sociais, o presidente ucraniano disse ter afirmado a Amorim que o único plano de paz possível para terminar a guerra provocada pela invasão da Rússia ao seu país é o ucraniano e que discutiu a “possibilidade de realizar uma cúpula Ucrânia-América Latina”. Na ocasião, ele ainda declarou que esperava receber o presidente Lula na Ucrânia e continuar o diálogo com o governo brasileiro.
Zelensky desembarcou no Japão no início da noite deste sábado, 20, horário local, para participar do encontro com os líderes das nações mais ricas, em busca de ajuda para conter o avanço da Rússia em seu país.
Logo que chegou, o ucraniano publicou uma mensagem no Twitter mencionando “reuniões importantes com parceiros e amigos da Ucrânia”. Em seguida, saudou “a decisão histórica dos Estados Unidos e do presidente [Joe Biden] de apoiar uma coalizão internacional de caças”, referência à liberação pelos EUA do uso do jato militar F16 pela Ucrânia.
Ao entrar em uma reunião, já no âmbito da cúpula, ele acrescentou, sobre os caças: “Estou muito feliz. Muito obrigado. Agradeço ao nossos parceiros. Vai realmente ajudar nossa sociedade, nosso povo, para salvar casas, famílias”.
Mesmo com os posicionamentos recentes de Lula sobre a possibilidade do Brasil mediar um acordo de paz no leste europeu, o líder petista iniciou seu mandato presidencial com uma série de declarações polêmicas sobre o tema. Lula já afirmou que EUA e União Europeia deveriam “falar de paz”, se recusou a enviar armas ao povo ucraniano e pediu para que os líderes mundiais parassem de “incentivar a guerra”. O presidente brasileiro já afirmou que não planeja visitar a Rússia e a Ucrânia enquanto não houver um cessar-fogo.
As falas de Lula atribuindo responsabilidade pela guerra também à Ucrânia geraram críticas de países, entre os quais os Estados Unidos. Com as reações contrarias do bloco europeu e da Casa Branca, Lula recuou e reforçou o pedido por paz.