Testamos a Ford Ranger FX4, uma picape aventureira de verdade

Ao contrário da irmã Maverick, a caminhonete média faz jus ao sobrenome off-road e mostra toda sua destreza no 4x4

Nos início dos anos 2000, a Ford criou uma nova nomenclatura para identificar pacotes off-roads para as picapes da marca, a FX4, uma junção do nome da montadora com o termo 4×4 e que, com o tempo, passou a ser utilizado como versões de modelos da americana. 

Por aqui, o primeiro modelo a utilizar uma versão batizada de FX4 foi a Maverick, que, como apontamos no nosso “Teste da Vez” dela, não faz jus ao nome. Mas logo após o lançamento da intermediária, menos de um mês depois, a Ford apresentou uma nova configuração para a Ranger, exatamente a com estilo mais aventureiro. 

O foco off-road não é novidade para a Ranger, há dois anos, a Ford apresentava a Storm, como configuração quase de entrada, mas com um estilo bem aventureiro. Mesmo com o rápido sucesso da versão, a Ford identificou uma necessidade de uma versão com pegada off-road, mas mais completa e, dessa forma, surgiu a FX4 (R$ 298.790), nosso “Teste da Vez”. 

Provavelmente a última configuração inédita da Ranger antes da atualização de geração – nos últimos anos a marca apresentou a Black também –, a FX4, ao contrário da irmã menor, faz jus ao nome, com uma pegada off-road forte e, mesmo baseada em uma configuração intermediária, melhor equipada que a Maverick topo de linha. 

Off-road total

A FX4 conta com diversos itens de estilo off-road, como os estribos.

Não é de hoje que as montadoras apostam em versões ainda mais off-roads para as picapes, a própria Ford já tinha a Storm antes de apresentar a FX4. E, um dos diferenciais deste tipo de configuração é o visual, com pegada mais aventureiro, além, claro, de itens focados no 4×4. 

Dessa forma, na parte do design, a FX4 conta com detalhes exclusivos da versão, como a grade dianteira, e tem partes destacadas em preto fosco e brilhante por toda a carroceria, nos estribos, proteção das caixas de roda, retrovisores, rodas, santo antônio, proteção do para-choque e na própria grade. Os faróis são full LED e contam com máscara negra. 

Visualmente, o interior é igual a de outras versões.

Na traseira e nas laterais, a inscrição FX4 em vermelho se destaca bem, assim como o nome Ranger em letras grandes totalmente em preto na tampa da caçamba. As lanternas seguem os faróis e também contam com máscara escurecida e o para-choque traseiro é em preto brilhante.

Outros itens exclusivos são o santo antônio tubular com pontos de ancoragem para amarração de equipamentos, os alargadores de paralama, uma faixa cinza na região inferior das portas, estribo tipo plataforma (que facilita o acesso a cabine) e rodas de 18 polegadas com pneus Scorpion AT 265/60, faltou o rack de teto.

Apesar dos itens extras, como o santo antônio, faltou protetor de caçamba.

Por dentro, a picape conta com bancos de couro com costuras vermelhas e o emblema FX4 em relevo nos encostos. O mesmo material é visto na alavanca do câmbio e no descansa-braço central. A cabine ainda tem acabamento em preto brilhante no painel em frente ao passageiro, no volante e nas molduras das maçanetas internas.

Como de costume para uma picape, os materiais são mais rústicos, mas tudo bem acabado e sem qualquer rebarba ou peça mal encaixada. O banco traseiro leva três adultos com certo conforto, claro que com quatro fica melhor. A caçamba tem capacidade para 1.023kg, faltou apenas o protetor de série. Sem ele, qualquer carga pode arranhar a pintura. 

Intermediária

Mesmo intermediária, a lista de equipamentos é até interessante.

A FX4 é baseada na versão XLT, logo abaixo da Limited – a Ford bem que poderia ter feito como a Nissan, e ter utilizado a topo de linha para “montar” a opção aventureira, como a Frontier Platinum e Pro-4X. Com isso, os equipamentos são, como imaginado, intermediários. Mas ainda assim, ela conta com itens que a Maverick FX4 não tem. 

Na parte da segurança, ela vem com sete airbags, controles de tração, estabilidade, anticapotamento e adaptativo de carga, auxiliares de partida e descida em rampa, câmera de ré, sensores de estacionamento e de chuva, piloto automático, luz de circulação diurna e faróis full LED.

Os faróis full LED com máscara negra destacam bem.

Ela conta também com ar-condicionado digital dual zone, banco do motorista com ajustes elétricos, duas telas de LCD no painel de instrumentos, central multimídia SYNC 3 com display de oito polegadas e conectividade com Android Auto e Apple CarPlay, assistente de fechamento da tampa da caçamba e sistema de conectividade FordPass Connect.

O sistema permite, entre outros, comandos e informações remotas do veículo pelo celular. Com ele é possível dar partida e climatizar a cabine, conferir a autonomia, o hodômetro e pressão dos pneus, travar e destravar portas, receber alertas de alarme e de funcionamento e localizar a picape, além de agendar serviços nas concessionárias da marca e acessar o manual do proprietário.

A grande estrela

O forte motor é um dos pontos altos da picape.

A FX4 conta com o melhor conjunto mecânico que a Ford oferece no Brasil, quando o assunto são os utilitários. Ela utiliza o poderoso motor 3.2 de cinco cilindros que gera 200 cavalos 47,8kgfm de torque, aliado a tração 4×4, direção elétrica, câmbio automático de seis velocidades e suspensão aprimorada. 

Com o consagrado conjunto, a FX4 faz bonito no asfalto. O forte propulsor faz a picape acelerar bem, claro que há o corriqueiro delay de motores diesel turbo, mas assim que a turbina “enche”, ela dispara. Mas mesmo esse clássico atraso é pouco sentido, o que deixa as acelerações, saídas em velocidade e ultrapassagens bastante otimizadas e seguras. 

A direção elétrica e o câmbio automático trabalham bem também.

A direção elétrica é outro ponto alto, com ela é fácil de manobrar a Ranger, mesmo com seus 5.354mm de comprimento. E, por ser progressiva, em alta velocidade, o volante fica “na mão” do motorista, não passando nenhuma sensação de perda de controle. 

A suspensão é um caso à parte. Desde o facelift da linha Ranger, realizado em 2019, o sistema atua de forma primorosa. Mesmo com a caçamba vazia, ela não quica muito, principalmente para os ocupantes do banco traseiro. Mas como a FX4 utiliza pneus AT, no asfalto, ela não é tão macia como a Limited, por exemplo. Agora, na terra, ela se sobressai. 

Longe do asfalto

A FX4 encara qualquer terreno com extrema facilidade.

O sistema 4×4 da Ranger, assim como o poderoso motor, já é um velho conhecido. Consagrado, o conjunto atua de forma primorosa e, na FX4, consegue ir além, graças aos pneus de uso misto. Com eles, mesmo no fora de estrada, a sensação é de estar rodando por uma via bem calçada, lisa e sem defeitos. 

Esse conforto no off-road é garantido pelos pneus e sistema de suspensão. Em vias normais, apenas sem asfalto, não há necessidade nem de utilizar o 4×4 para deixar a viagem mais confortável. Agora, ao encarar um caminho mais severo, ela continua “trabalhando” como se estivesse em uma rodovia bem asfaltada. 

Os pneus de uso misto auxiliam bem no fora de estrada.

Ao encarar uma trilha mais pesada, basta ativar o modo 4×4 que a picape encara subidas – ou descidas – com cascalho solto, valas, desníveis sem esforço. Durante nosso teste, não foi necessário ativar a reduzida em momento algum, muito também por causa dos pneus, que trabalham bem, mesmo em obstáculos mais complexos, a FX4 superou todos com facilidade. 

Em descidas, o auxiliar ajuda o motorista a focar apenas na direção, sem se preocupar com o pedal de freio. Sobre o consumo, a FX4 não foi das melhores, mas rodamos muito por trechos off-roads e, em muitos momentos, com o 4×4 ativado, o que justifica – em partes – o alto gasto, mas deveria ter sido um pouco melhor. Ao final do teste, ela marcou 8.3km/l.

A opinião do Diário Motor

Ford Ranger FX4.

Ao contrário da irmã Maverick, a Ranger FX4 faz bonito em várias ocasiões, seja na cidade, rodovia, no asfalto ou fora dele. A caminhonete tem um 4×4 primoroso que faz os desafios mais difíceis parecerem fáceis e de simples superação. Sem falar no potente motor, que faz a picape acelerar bem e deixa a direção até divertida, algo raro para este tipo de veículo. 

O grande porém, como sempre, é o preço. Afinal, são quase R$ 300 mil em uma picape que não é topo de linha, apesar de ser bem equipada para uma intermediária – sempre pode ser melhor, claro, mas ela não faz feio. Para quem procura um veículo que faz bonito na cidade e na ida à fazenda, a Ranger FX4 é uma excelente opção. Vale a compra! Nota: 9.

Ficha Técnica

Motor: 3.2 turbodiesel

Potência máxima: 200cv

Torque máximo: 47,9kgfm 

Direção: elétrica

Suspensão: independente na dianteira e eixo transversal na traseira

Freios: a disco nas quatro rodas

Capacidade de carga: 1.023kg 

Dimensões (A x L x C x EE): 1.848 x 1.860 x 5.354 x 2.261mm 

Preço: R$ 298.790

1/56Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Testamos a Ford Ranger FX4, uma picape aventureira de verdade. Fotos: Geison Guedes/DP.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.Ford Ranger FX4.