Peugeot 208 Style T200: finalmente um motor a altura dos ‘dentes’ do leão
Conhecemos de perto a versão intermediária com motorização 1.0 turbo do hatch compacto que, agora, entrega além do design
São Paulo (SP) – Em 2020, a Peugeot apresentou a segunda geração do 208. O hatch compacto, que por aqui sempre teve um ar de premium, chegou causando com um visual para lá de ousado e nada ortodoxo, principalmente por conta das grandes luzes de circulação diurna em LED que imitam as presas de um tigre dentes de sabre.
O hatch saiu de um design monótono, que passava despercebido no “mar” de veículos do dia a dia, para se tornar um dos destaques da multidão. No entanto, esta grande visibilidade se deu mais por conta do desenho do modelo, já que a marca manteve o propulsor ultrapassado e o preço, há época, era bem salgado perante os concorrentes.
Agora, a francesa finalmente “corrige” a questão da motorização ao apresentar o 208 Turbo 200. O hatch ganha a moderna caixa de força criada pela Fiat, e já usada por ela, em três versões distintas e passa a ser a primeira marca do grupo Stellantis, fora a italiana, a contar com o propulsor 1.0 turbinado em seu portfólio.
Inclusive, o 208 se torna o mais versátil, no fator motor, da categoria, com opções 1.0 e 1.6 aspiradas e a novata 1.0 turbo. Fomos até São Paulo ver de perto as novidades do pequeno leão e tivemos um primeiro contato com a versão intermediária com a nova caixa, a Style, de visual mais esportivo e seus R$ 109.990.
Virada de chave
O novo 208 surgiu antes da fusão dos grupos PSA (Peugeot e Citroën) e FCA (Fiat, Jeep, etc) no que hoje é a Stellantis. Na atual conjuntura do conglomerado, no Brasil, a francesa assume um papel de ligação entre as marcas de entrada (Fiat e Citroën) e as premium (Jeep e Ram), sendo uma espécie de “premium de entrada”.
Mesmo assim, o grupo assumiu uma posição diferente em relação aos preços de quando a nova geração chegou. Carro no Brasil está caro, mas a Peugeot foi muito além no início, com valores exorbitantes, o que não é visto agora, com a motorização turbo. A Style, por exemplo, dentre as intermediárias turbinadas, é a segunda mais barata. E, na categoria como um todo, está acima apenas dos primos Fiat Argo e Citroën C3.
Leão esportivo
A segunda geração do 208 trouxe um estilo ousado, com um dos design mais diferenciados da categoria, principalmente com o alinhamento da gigante grade frontal com a luz de circulação diurna em LED, que imita as presas de um tigre dentes de sabre, apesar da marca ter um leão como símbolo.
Por ainda não ser um facelift, o design foi mantido. No entanto, a unidade que conhecemos de perto em São Paulo contava com acessórios da Mopar (a divisão de personalização do grupo Stellantis, mundialmente conhecida desde quando era só da Dodge), como saias laterais e nos para-choque, que deixam o estilo do modelo ainda mais esportivo.
As novidades visuais do 208 T200 focaram justamente a Style. As rodas passam a ser de 17 polegadas de estilo próprio e com acabamento em preto brilhante e diamantado. Por dentro, bancos em tecido, couro e alcântara, interior escurecido com costuras em azul, soleira com o nome da marca, pedais esportivos em alumínio e tapetes bordados.
Falando da cabine, os astros continuam sendo o volante esportivo de base dupla achatada e o gigante teto panorâmico. Além disso, ele mantém o padrão de hatch compacto, o espaço interno não é destaque, quatro pessoas é o limite. Já o porta-malas, com 311 litros, na categoria, só não é maior que o do primo C3.
Equilibrado
Como uma versão intermediária, dentre as configurações turbo do 208, a Style conta com uma lista de equipamentos equilibrada, os destaques ficam pelo já mencionado teto panorâmico, o painel de instrumentos que não é só 100% digital, como tem visualização 3D também, conjunto óptico full LED e sistema de visão traseira 180º.
No mais, itens comuns, como central multimídia com tela de 10,3 polegadas e conexão sem fio via Android Auto e Apple CarPlay, ar-condicionado digital, vidros elétricos nas quatro portas, sensor de estacionamento, controles de tração e de estabilidade, carregador por indução, iluminação interior traseira, chave sensorial, partida por botão e ponteira cromada.
Na força dos leões
O 208 é o primeiro modelo, fora da Fiat, do grupo ítalo-franco-americano a receber a moderna caixa de força T200 (Pulse, Fastback e Strada já utilizam o propulsor). Ela gera 130 “leões”, quando abastecida com etanol – com gasolina são 125 – e, como o nome indica, 200Nm (20,4kgfm) de torque, com ambos os combustíveis.
A transmissão é automática CVT de sete marchas simuladas, com opção de troca pela alavanca do câmbio. Ele conta com modo Sport, ativado por um botão meio escondido do lado esquerdo do volante. A direção é elétrica e a suspensão dianteira recebeu um ajuste exclusivo. A união do motor com o câmbio é a mesma vista nos primos italianos.
Como qualquer transmissão do tipo, ela pasteuriza o propulsor, principalmente nas saídas, onde este tipo de transmissão é mais monótona. Mesmo assim, ele acelera bem, para um modelo com transmissão CVT, mas só é possível sentir toda a força já em velocidade. As ultrapassagens são feitas com extrema facilidade, assim como as retomadas.
Mesmo com o câmbio, o hatch tem uma condução ágil e prazerosa. Outro ponto positivo é o isolamento acústico, não há excesso de ruído vindo do cofre do motor, clássico de modelos com este tipo de câmbio. Pelo contrário, como a Style tem ponteira cromada, o 208 até faz um barulhinho de esportivo, deixando a direção ainda mais divertida.
A opinião do Diário Motor
Desde que chegou a nova geração, o 208 apresentava dois grandes poréns, o preço e a ausência de um motor turbinado. O primeiro, continua salgado, mas está alinhado com o resto da categoria, até um pouco mais em conta do que a maioria dos rivais. E, o segundo, finalmente foi corrigido com a chegada do propulsor T200 da Fiat.
A caixa de força, mesmo alinhada com o câmbio CVT, dá uma sobrevida muito interessante ao hatch, que finalmente deixa de ser apenas um “rostinho bonito”. O motor dá uma boa vitalidade ao 208, deixando a condução dinâmica e até divertida. A Style, intermediária, tem bons equipamentos e visual mais esportivo. Com um preço dentro do padrão atual, vale a compra! Nota: 8,5.
Ficha Técnica
Motor: 1.0 turbo
Potência máxima: 130cv
Torque máximo: 20,4kgfm
Transmissão: automática CVT
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e travessa deformável na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Porta-malas: 311 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.453 x 1.960 x 4.055 x 2.538mm
Preço: R$ 109.990
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*Viagem a convite da Peugeot.