Nissan Versa Advance, um intermediário interessante, mas surreal de caro

Testamos a versão do meio do sedã japonês, com bons equipamentos e consumo otimizado, mas caro além da conta

Na última semana, o nosso “Teste da Vez” foi com o Honda Civic. Falamos sobre a missão do sedã compacto de “substituir” as versões de entrada do irmão maior, o Civic. No entanto, com a iminente derrocada dos três volumes médios, o japonês não foi o primeiro a ter essa atribuição. Quem iniciou esse movimento foi o Nissan Versa.  

Fosse no mundo das lutas, tanto o Versa, quanto o City (o Volks Virtus também entra neste embate), seriam classificados como “meio-médio”. Aqueles que “ganham peso”, mas não o suficiente para subir de categoria, o que meio que cria um sub-segmento. Hoje composto por estes três modelos.

O Versa, o primeiro a iniciar esse processo, passou por uma profunda renovação no fim de 2020. Com a nova geração, ele ficou maior e mais completo, se aproximando do Sentra – que deixou de ser comercializado por aqui e ainda não tem previsão de volta –, liderando este movimento do compacto crescer e buscar o espaço deixado pelo médio.

Para se elencar nesta “nova categoria”, os sedãs compactos precisam “cumprir” alguns requisitos, como crescer, principalmente no espaço interno, otimizar ainda mais o conforto embarcado e melhorar a lista de equipamentos. Como líder deste movimento, o Versa cumpre todos estes pontos, inclusive na versão intermediária, a Advance, o nosso “Teste da Vez” e seus absurdos R$ 110.090. 

Maior evolução

Mesmo intermediária, a Advance tem cabine em dois tons.

Apesar de ter melhorando – e muito – nos quesitos que levantamos, o maior ponto evolutivo do Versa, mesmo na opção intermediária, é o design. Como sempre apontamos aqui, visual é questão de gosto, mas é impossível não notar o tanto que o desenho do japonês melhorou da última para a atual geração.  

O visual ressalta a nova visão de design da Nissan, com um exterior mais marcante, utilizando a grade V-motion em maior destaque, com detalhes cromados e em black piano. Os faróis e lanternas tem um formato que lembram bumerangues, deixando o visual mais elegante e moderno. 

O espaço interno continua como um dos destaques do Versa.

Por dentro, um ponto interessante é o acabamento em duas cores, algo raro de se ver em versões intermediárias como a Advance, o que deixa a cabine mais elegante. Além disso, os materiais são bem empregados com ótimo acabamento, sem rebarbas ou peças mal encaixadas. 

Como falamos, para ser “meio-médio”, o espaço interno precisa evoluir, e o Versa faz bonito neste quesito. O sedã cresceu 50mm na largura e 20mm no entre-eixos, o que deixa o espaço para as pernas no banco traseiro ainda mais confortável. Com isso, mesmo pessoas grandes viajam com conforto atrás, claro que o ocupante do meio sempre sofre um pouco mais, mas nada exagerado. O porta-malas também é grande, com bons 482 litros. 

Precisa justificar

A lista de equipamentos é interessante para um intermediário.

A lista de equipamentos do Versa Advance levanta dois pontos. O primeiro é, para uma versão intermediária, ela é bem equipada e conta com itens interessantes. Mas para um modelo de insanos R$ 110 mil, mais caro que concorrentes topo de linha, por exemplo (dentro dos compactos no geral e não apenas dos tais “meios-médios”).

De série, ela vem com sensores crepuscular e de estacionamento traseiro, piloto automático, telas de sete polegadas no painel de instrumentos e para a central multimídia, que tem conexão com smartphones via Android Auto e Apple CarPlay e seis airbags. 

Pelo preço, os itens de série deveriam ser melhores.

Ela ainda conta com câmera de ré, faróis de neblina, alerta de objetos no banco traseiro, chave sensorial para abertura das portas e partida do motor por botão, controles de tração e estabilidade, auxiliar de partida em rampa e os básicos ar-condicionado manual, vidros, travas e ajustes dos retrovisores elétricos. 

Dessa forma, a lista de equipamentos não é ruim para um modelo intermediário. Mas como custa este valor exagerado, deveria ter alguns itens do “Safety Shield”, presentes na Exclusive, a versão topo de linha do sedã. Alerta de frenagem e de ponto cego seriam bem-vindos, assim como um ar-condicionado digital. 

Mais do mesmo

A motorização não inspira emoção nenhuma.

Um dos grandes poréns do Versa, que não é de hoje nem exclusivo da versão que testamos, é o conjunto mecânico. Apesar de ter sido alterado para a nova geração, ele continua utilizando um motor 1.6 aspirado de míseros 114 cavalos e 15,5kgfm de torque, aliado à transmissão automática CVT e direção elétrica. 

Dessa forma, a condução do sedã é completamente pacata, não espere nenhuma emoção à direção. A conjunção do câmbio CVT (que naturalmente não são espertos) com o motor longe de ser forte, faz com que o motorista tenha um certo “sofrimento” ao realizar as manobras. 

O ponto alto do conjunto mecânico é o consumo de quase 15km/l.

É preciso pisar fundo, deixar o giro subir e ter um cuidado redobrado, principalmente nas ultrapassagens e nas retomadas de velocidade. A aceleração, como de costume deste tipo de câmbio, é muito lenta e progressiva. As saídas também são morosas, o motorista precisa ter atenção redobrada, já que as respostas não são nada imediatas. 

Mas há pontos positivos também. O isolamento acústico do carro é muito bom, não repassando aquele ruído clássico deste tipo de câmbio. As imperfeições do solo também não são repassadas para a cabine, a suspensão trabalha muito bem, deixando o rolar do sedã macio e confortável. Por fim, durante o nosso teste pelas ruas de Brasília, o consumo foi bom, com média final de 14,8km/l.

A opinião do Diário Motor 

Nissan Versa Advance.

Como falamos no título, o Versa Advance é um sedã compacto intermediário interessante, principalmente pelo o que ele oferece, em relação a espaço interno (consagrado do japonês), conforto a bordo e lista de equipamentos, sem falar no bom consumo, de quase 15km/l. O grande porém, claro, é o preço. 

Tá certo que carro no Brasil está fora da curva no quesito valor, mas alguns, como o Versa, vão além, principalmente quando se olha para os aversários. A configuração intermediária do japonês custa o mesmo que alguns concorrentes topo de linha, como os líderes de venda da categoria. Até por isso, ele se complica, fosse um pouco menos caro, seria uma excelente opção, mas por R$ 110 mil, vale no máximo o teste drive! Nota: 6.

Ficha Técnica

Motor: 1.6

Potência máxima: 114cv 

Torque máximo: 15,5kgfm 

Transmissão: automática do tipo CVT

Direção: elétrica

Suspensão: independente na dianteira e eixo de torção na traseira 

Freios: a disco a frente e tambor atrás 

Porta-malas: 482 litros

Dimensões (A x L x C x EE): 1.475 x 1.740 x 4.495 x 2.620mm 

Preço: R$ 110.090

1/40Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance, um intermediário interessante, mas surreal de caro. Fotos: Geison Guedes/DP.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.Nissan Versa Advance.