Jeep Compass alcança sua melhor forma com o novíssimo motor T270
Testamos a versão Limited turbo flex, a segunda mais completa do utilitário médio mais vendido do país nos últimos anos
Em 2016, a Jeep apresentou a nova geração do Compass. Apesar de manter o mesmo nome do SUV médio da marca, em nada ele se parecia com o modelo até então importado. Assim como o irmão menor, o Renegade, o utilitário passou a ser produzido na planta de Goiana em Pernambuco e chegou “abalando” o segmento.
Em pouco tempo, o modelo caiu no gosto do brasileiro e pulverizou os concorrentes diretos e até de outras categorias, chegando a ser o SUV, no geral, mais vendido de 2017 e 2018. Dentre tantas virtudes, a principal delas a ampla oferta de conjuntos mecânicos, faltava uma coisa para o rei dos utilitários médios, um motor turbo flex.
A espera por um propulsor melhor acabou neste ano, com o facelift de meio de vida do Compass, apresentado na linha 2022 em abril. O utilitário finalmente aposentou o 2.0 aspirado e passou a utilizar o moderno 1.3 turbo de 183 cavalos — além de manter o consagrado conjunto diesel com tração 4×4.
Assim, todas as versões flex passaram a contar com o moderno propulsor, dentre elas a Limited (R$ 181.490), nosso “Teste da Vez”, até então a topo de linha, mas que agora figura abaixo da S, que passou a contar apenas com o novo propulsor e que, com o pacote de opcionais, fica mais interessante que a opção mais completa.
Sutil e agressivo
Para o facelift de meio de vida, no quesito design, a Jeep atuou em duas frentes. No visual externo, as mudanças foram sutis. O para-choque dianteiro foi levemente redesenhado, assim como as lanternas. De resto, ele mantém o estilo consagrado, com molduras nas caixas de roda e saias laterais em preto.
Já por dentro, a marca das sete janelas foi bem agressiva nas mudanças. É difícil apontar alguma parte que permaneceu igual. As telas digitais são os maiores destaques, com o gigante display de 10,1 polegadas da central multimídia e pelo painel de instrumentos 100% digital.
Todo o resto foi redesenhado, painel, volante, console central, comandos da sistema multimídia e do ar-condicionado, forro das portas e bancos. Com o novo desenho e os materiais empregados, como plástico macio ao toque, couro e cromado, a cabine está bem elegante e mais sofisticada.
Falando nos materiais, o acabamento é perfeito e não há qualquer tipo de rebarba ou peça mal encaixada. O espaço interno continua o mesmo, com quatro adultos viajando com extremo conforto e um quinto gerando um leve aperto, mas nada demais. Destaque também para a saída de ar para a traseira e para a porta USB e tomada 12 e 127v extras.
Lista generosa
Outro grande destaque da nova linha do Compass é a lista de equipamentos. O que já era bom, melhorou ainda mais. De série, na parte da segurança, ele vem com sete airbags, Jeep TC+, controles de tração, estabilidade e anticapotamento e sensores crepuscular, de chuva e de estacionamento dianteiro e traseiro.
Ele ainda conta com auxiliares de partida em rampa e de frenagem, alerta de ponto cego, monitoramento de pressão dos pneus, piloto automático, freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold, câmera de ré e faróis full LED.
Na parte do conforto, ar-condicionado digital e dual zone, abertura das portas e partida do motor com chave sensorial, a gigante central multimídia vem com navegação embarcada, conectividade sem fio para Android Auto e Apple CarPlay e Adventure Intelligence Plus, bancos em couro, retrovisores externos elétricos e interno eletrocrômico.
Completa a lista, borboletas no volante para troca de marchas, carregador de smartphones por indução, partida remota, retrovisores rebatíveis automaticamente, park assist, banco elétrico para o motorista e o painel de instrumentos 100% digital.
Mas o que é bom pode ser melhorado. A versão que testamos conta com dois pacotes extras, o teto solar panorâmico (R$ 8,9 mil) e o Pack High Tech (R$ 9,9 mil) que acrescenta reconhecimento de placas de trânsito, comutação automática de faróis, detector de fadiga, aviso de colisão frontal com frenagem de emergência e detecção de pedestres e ciclistas.
Abertura eletrônica do porta-malas com sensor de presença, banco elétrico para o passageiro, sistema de som Premium Beats de 506w, aviso de mudança de faixas e piloto automático adaptativo com stop&go. Com os kits extras, a Limited fica tão completa quanto a S, mas um pouco mais barata. A topo de linha sai por R$ 203.490, enquanto a que testamos, chega a R$ 202.190, com a pintura metálica por R$ 1,9 mil.
Fôlego de sobra
Agora, mesmo com o banho de tecnologia e toda a mudança visual interna, o grande destaque do Compass é o motor turbo flex. O propulsor 1.3 de 185 cavalos e 27,5kgfm de torque, aliado à transmissão automática de seis velocidades, direção elétrica, freios a disco nas quatro rodas e suspensão independente nos dois eixos, deixaram o SUV bem divertido de guiar.
Se antes o utilitário se mostrava pesadão, com pouca vitalidade, esquece isso. Com a caixa de força T270 ele apresenta fôlego de sobra. Basta o mais leve toque no acelerador para fazer o SUV disparar pelo asfalto. Com isso, todas as manobras são feitas com extrema facilidade e segurança. Tanto as saídas, quanto as ultrapassagens não demandam esforço extra.
O câmbio casou muito bem com o novo motor, realizando as trocas de forma suave e sem trancos. Além disso, as borboletas no volante deixam as reduções mais precisas e no controle do motorista. Ou seja, a direção do Compass está mais divertida do que nunca.
O grande — e único — porém do conjunto mecânico é o consumo, que ficou longe do desejado. Mas há um detalhe, como o motor é vigoroso, ele “instiga” o motorista a acelerar e, com isso, o consumo acaba caindo. Durante nosso teste, ele marcou média de 7.9km/l.
A opinião do Diário Motor
A Jeep mostrou que é possível melhorar o que já era bom. Com o facelift de meio de vida, o Compass alcança sua melhor versão, principalmente na configuração flex com o novíssimo motor turbo. Além do visual interno que elevou o nível de qualidade do SUV, o “banho” de tecnologia deixa o modelo bastante completo.
Como sempre, o preço assusta — mas no atual cenário do mercado automotivo é difícil achar um que não espante. Pelos R$ 180 mil iniciais ou R$ 202 mil finais, ele pelo menos corresponde bem a relação equipamentos x valor. Para o nível da categoria, não sentimos falta de nada.
Se o interior é um show, a nova motorização é quase um festival. O propulsor 1.3 turbo caiu muito bem no Compass. A caixa de força “instiga” o motorista a pisar, mas os auxiliares de condução deixam a direção bem segura, graças aos alertas de saída de faixa e de frenagem, sem falar no piloto automático adaptativo.
Como falamos, o maior e único porém foi o consumo, que ficou em 7.9km/l, mas se o motorista não pisar igual um doido, como este que vos escreve, é possível melhorar este número. Claramente, o sucesso do Compass até aqui será mantido. Vale a compra! Nota: 10.
Ficha Técnica
Motor: 1.3 turboflex
Potência máxima: 185/180cv
Torque máximo: 27,5/kgfm
Direção: elétrica
Suspensão: independente nas quatro rodas
Freios: a disco nas quatro rodas
Capacidade porta-malas: 476 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.635 x 1.819 x 4.424 x 2.636mm
Preço: R$ 181.490
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