GM Tracker Premier 1.0 turbo, ‘200ml’ não fazem falta ao SUV compacto

Testamos o utilitário na versão topo de linha mas com motor menor, que pouco difere do mais potente, da condução ao consumo

Como vimos no Top10 de mais vendidos de novembro, a Chevrolet apresentou uma boa recuperação entre seus três principais produtos, entre eles, o Tracker. O SUV compacto, que junto com outros modelos da marca sentiu muito a crise dos semicondutores, voltou a figurar entre os veículos mais comercializados em um único mês. 

Para se ter uma ideia, ele foi o segundo SUV compacto mais vendido de novembro, com pouquíssimas unidades abaixo do líder do mês, o Hyundai Creta. Mas mesmo com a recuperação, é muito difícil que ele figure no pódio da categoria ao final do ano. 

No entanto, o novo embalo nas vendas pode servir para acender um sinal de alerta nas concorrentes para o ano que vem. Até porque, com a crise que a afetou durante boa parte do ano, a marca começa a aproveitar agora uma novidade que apresentou no fim de 2020, a versão topo de linha com motor 1.0 turbo. 

O Tracker Premier 1.0 é o nosso Teste da Vez, ele é praticamente idêntico à configuração com motor 1.2 turbo, com exceção do teto solar panorâmico – e do propulsor, claro –, de resto, é tudo igual, até o preço salgado. Como segunda versão mais completa do SUV, ela parte de surreais R$ 134.560. Pelo menos não há pacotes extras, apenas a pintura, que custa R$ 850 na branco sólida, a do nosso teste, e R$ 1,7 mil nas metálicas.

Sem alteração 

Além do motor, a 1.0 turbo não tem o teto solar panorâmico.

Como acabou de passar por uma mudança profunda, para a terceira geração, o visual se mantém o mesmo, alinhado à família compacta da Chevrolet, como o Onix. Externamente, no design, destaque para a luz de circulação diurna em LED, que combina bem com a barra cromada da grade, que mesmo grande, não é exagerada. 

Nas laterais, a cintura alta aponta para o lado robusto do utilitário, mesmo sendo um modelo totalmente urbano, assim como os apliques de plástico nas caixas de roda e nas saias. A traseira mantém a elegância, mesmo com a falta de proporção entre a tampa do porta-malas com o vidro traseiro. 

O interior também é idêntico ao da outra versão Premier.

A cabine conta com detalhes em duas cores, em preto e azul escuro, o que proporciona um charme a mais e eleva a qualidade do interior, exatamente idêntica à versão 1.2. O mesmo detalhe azulado é visto no painel de instrumentos e nas portas, que contam com forração em couro. O acabamento é todo bem feito, sem rebarbas ou peças mal encaixadas. A tela flutuante da central multimídia harmoniza bem com o resto da cabine.

Outro destaque do SUV é o espaço. Quatro adultos viajam com extremo conforto, uma quinta pessoa sempre gera um certo aperto, mas nada muito grave no caso do Tracker. O porta-malas também é muito bom, com seus 393 litros, nem o maior ou o menor da categoria, mas suficiente para levar muita bagagem.

Completo por obrigação

A lista de equipamentos é recheada.

O Tracker, na sua versão topo de linha, independente do motor, conta com uma lista de equipamentos generosa. Mas não é para menos, afinal, estamos falando de um carro de mais de R$ 130 mil. Entre itens de conforto e segurança, ele não deixa a desejar em praticamente nada e é um dos mais completos da categoria.

Se tratando de segurança, o Tracker vem com seis airbags, assistente de partida em rampa, luz de condução diurna em LED, regulagem de altura dos faróis, piloto automático, câmera de ré, monitoramento de pressão dos pneus, sensores de estacionamento dianteiro, lateral e traseiro, crepuscular e de chuva e monitoramento de pressão dos pneus. 

Duas portas USB para a traseira, mas faltou saída de ar.

Mas os destaques ficam pelo alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência, monitoramento de ponto cego, estacionamento automático, faróis tipo projetor, lanterna em LED e espelho retrovisor interno eletrocrômico. 

Na parte da comodidade, ele vem com chave inteligente para abertura das portas e partida do motor, revestimento premium dos bancos, ar-condicionado digital (poderia ser de duas zonas), painel de instrumentos com tela TFT, carregador wireless e central multimídia com tela de oito polegadas, conexão com smartphones (deveria ser sem fio), três portas USB, sistema OnStar e conectividade Wi-Fi.

Sem diferenciar

O motor 1.0 pouco difere da caixa de força mais forte.

Se, pelo o visual externo e interno do Tracker, é difícil afirmar qual versão é da Premier, não é a condução que irá ajudar o motorista. Mesmo sendo “200ml” a menos, a caixa de força 1.0 turbo não deve em nada para a 1.2, na hora de dirigir o SUV. O propulsor é o mesmo da família Onix e gera 116 cavalos e 16,8kgfm de torque, aliado a transmissão automática de seis velocidades e direção elétrica. 

Mesmo tendo um pouco menos de força que o motor 1.2, o 1.0 não faz feio, pelo contrário. Se entrar sem saber, o motorista vai achar que está na versão mais forte. Na cidade, ele trabalha de forma primorosa, com faixas de torque baixas. Assim, qualquer toque no acelerador faz o SUV disparar pelo asfalto. 

O câmbio automático trabalha bem.

Qualquer manobra é feita com extrema facilidade, de ultrapassagens a saídas e retomadas de velocidades, tudo fácil e seguro. O câmbio automático também trabalha bem, com trocas suaves, sem trancos. O porém fica pela opção de mudança de marcha manual, o Tracker não vem com borboletas no volante, a função é feita apenas por botões no câmbio. 

A suspensão é outro item que trabalha bem, absorvendo as inúmeras imperfeições do solo — coisa que não falta nas nossas vias. A direção elétrica progressiva deixa o volante leve em baixa e firme em altas, otimizando ainda mais a segurança. 

A central multimídia com a câmera de ré permite uma ótima visão da traseira.

Na hora de manobrar, dois destaques, primeiro o conjunto tela da central multimídia e câmera de ré – como outros modelos da marca –, que garante uma excelente visualização. O segundo é o estacionamento automático, que facilita muito na hora de colocar o SUV em qualquer vaga, fazendo o trabalho de manobras do volante para o motorista. 

Até o consumo foi praticamente idêntico ao da 1.2. Durante nosso teste, ele fez, em média, 10,3km/l abastecido com gasolina, dentro da média da categoria e apenas 0,1km/l a menos que o último Tracker Premir 1.2 que testamos.

A opinião do Diário Motor 

Chevrolet Tracker Premier 1.0 Turbo

A Chevrolet sofreu bastante com a crise dos semicondutores. Mas como os números indicam, a “fase ruim” parece estar passando e o Tracker é um dos três pilares da marca no Brasil. Com visual bastante agradável, equipamentos interessantes e conjunto mecânico bem calibrado, o SUV manda bem. Sem falar no interior, com bom espaço, tanto no banco traseiro, quanto no porta-malas.  

O utilitário, mesmo com o motor 1.0 turbo, anda bem e tem uma boa condução, faltando apenas as borboletas no volante para deixá-la ainda mais divertida. O maior porém, para variar, é o preço, afinal, são impressionantes R$ 134.560. Mas como está tudo caro, quem está procurando um veículo nesta categoria, terá no Tracker uma excelente opção para colocar na garagem. Vale a compra! Nota: 9,5.

Ficha técnica

Motor: 1.0 turbo

Potência máxima: 116cv 

Torque máximo: 16,8/16,3kgfm 

Transmissão: automática de 6 velocidades

Direção: elétrica

Suspensão: independente na dianteira e eixo de torção na traseira

Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira 

Porta-malas: 393 litros

Dimensões (A x L x C x EE): 1.626 x 1.791 x 4.270 x 2.270mm 

Preço: R$ 134.560

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