GM Bolt EUV mostra que o futuro elétrico da marca será interessante

Testamos o modelo que encerra muito bem o atual ciclo de veículos eletrificados da marca, mesmo tendo chegado ao Brasil neste ano

A história do Chevrolet Bolt, principalmente no Brasil, é meteórica, no sentido de rápida. Lançado mundialmente em 2016, o hatch elétrico foi um dos principais nomes da marca no último Salão do Automóvel de São Paulo, realizado em 2018. O modelo foi lançado oficialmente por aqui no fim de 2019, quando teve início a pré-venda.

Como a maioria dos representantes da primeira geração de veículos elétricos, o americano tinha sérios problemas no quesito autonomia, recarga, lista de equipamentos e preço, mas com visual honesto. No entanto, ao contrário de outros modelos – que até hoje não foram atualizados – o Bolt rapidamente passou por uma reformulação.

Após cinco anos, o elétrico foi atualizado e ganhou uma nova variação, a EUV – versão SUV, e nosso “Teste da Vez”, do modelo. A reestilização feita em 2021 trouxe o modelo para a atual geração de veículos elétricos, com ganhos significativos justamente onde ele ia mal, ou seja, na autonomia e nos itens de série, o preço continuou ostensivo.

Por aqui, ele foi apresentado em maio, mas já com aposentadoria decretada. Agora, no fim do ano, a marca encerra a produção do Bolt para abrir espaço à nova geração de veículos elétricos, já confirmada com Equinox EV e Blazer EV. Assim, o SUV aponta que a nova leva tem tudo para ser bem interessante, já que ele mesmo se mostra um modelo diferenciado.

O problema

O preço é quase probitivo também.

Vamos falar de cara qual o maior porém do Bolt EUV Premier, além da aposentadoria precoce, o preço. O SUV elétrico parte de insanos R$ 279.990. Dois rivais estão bem mais em conta, o BYD Yuan Plus sai por R$ 50 mil a menos, já o Peugeot e-2008 vai além e está R$ 80 mil mais barato. E ainda há novo Volvo EX30, que custa o mesmo valor na versão topo de linha, mas tem opção por R$ 219 mil.

E se formos para outras categorias, com uma faixa de preço um pouco acima, tem o poderoso BYD Seal por R$ 296 mil e o Volvo XC40, que é um SUV maior, por R$ 299 mil. Sem falar em hatches como BYD Dolphin e GWM Ora 03 que custam menos de R$ 200 mil, nas versões mais caras, e têm configuração bem semelhante ao americano.

Melhoria pontual

A EUV é a versão SUV do elétrico americano.

Ao contrário dos primeiros veículos elétricos, o Bolt já contava com um visual menos extravagante, com a atualização, o estilo só foi otimizado. Na configuração EUV, ele tem uma pegada mais de utilitário, apesar de parecer um crossover e um estilo mais limpo.

Os faróis full LED afilados, junto com a grade parcialmente fechada e gravata (a logo da marca) em preto, dão um charme a mais a dianteira do veículo. Ele ainda conta com uma saia bem delicada no para-choque frontal. Nas laterais, uma boa sacada visual é um detalhe cromado no aplique de plástico, que passa a ilusão de ser um estribo.

O moderno interior tem como destaque as telas digitais.

A traseira tem um perfil mais alto, mais volumoso, indicando o lado utilitário do elétrico. As lanternas em LED são interligadas por uma peça em preto brilhante. Há ainda um spoiler na tampa do porta-malas. No teto, as barras laterais, mais de estilo do que funcionais, e a antena do tipo tubarão, finalizam o estilo elegante do Bolt EUV.

Por dentro, três pontos de destaque: o generoso espaço interno, o gigante teto solar panorâmico e as telas digitais, principalmente da central multimídia. Não é de hoje que a Chevrolet se destaca por displays de qualidade em toda a sua linha, mas no Bolt ela é excepcional. Além de grande, são 10,2 polegadas, tem excelente visualização.

O espaço traseiro é bem generoso, mas faltou uma saída de ar.

A tela do painel de instrumentos tem ótima visualização também, apesar de um pouco menor – é de oito polegadas –, mas apresenta bem as informações do veículo, como autonomia da bateria e o velocímetro digital centralizado. Além disso, o teto solar panorâmico dá um charme a mais ao interior do modelo.

Mas o grande destaque da cabine é o espaço interno. Com 2.675mm de entre-eixos, os ocupantes do banco traseiro tem uma ótima área para as penas. Assim, quatro adultos viajam com extremo conforto, até um quinto não gera muito aperto, faltou apenas uma saída de ar para a traseira. O porta-malas tem excelentes 462 litros.

Caprichado

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A lista de itens de série do Bolt é bem generosa. O modelo só não é o mais completo da marca no Brasil porque a Silverado acaba de tomar este posto. Os auxiliares de condução funcionam bem, mas um item se destaca graças a outro, o sistema de câmeras 360º. Com a excelente tela da central, a visualização do entorno do veículo é praticamente perfeita.

Ele vem com volante e bancos dianteiros com aquecimento e do motorista com regulagem elétrica, ar-condicionado digital, central multimídia com conexão sem fio via Android Auto e Apple CarPlay, navegação embarcada e três portas USB, som premium Bose, OnStar, wi-fi embarcado, chave sensorial, partida por botão e remota e o teto solar panorâmico.

O utilitário elétrico é bem servidos com os itens de série.

Na parte da segurança, ele vem com 10 airbags, assistentes de estacionamento e de permanência em faixa, faróis full LED com alto adaptativo, alertas de ponto cego, de movimentação traseira em marcha ré, de colisão frontal com detecção de pedestres e de saída de faixa, frenagem automática, freio de estacionamento eletrônico.

Monitoramento de pressão dos pneus, controles de tração e estabilidade, câmeras 360º, retrovisores externos com aquecimento e interno eletrocrômico, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, crepuscular e de chuva, alerta de objetos no banco traseiro e piloto automático adaptativo completam a lista de itens de segurança.

Energizado

O torque do motor elétrico é acima da média, com mais de 36kgfm.

O conjunto do Bolt EUV conta com baterias de 66kWh de capacidade e motor elétrico que gera bons 203 cavalos e excelentes 36,7kgfm de torque (o equivalente a um motor à combustão V6 aspirado). Ele vem com sistema “one pedal”, direção elétrica e modos de condução sport e “motorista iniciante” com limitadores de volume e velocidade.

Com esta potência, ele garante uma condução bastante otimizada, com acelerações fáceis, retomadas ágeis e manobras seguras, como ultrapassagens e saídas em velocidade. Como um bom elétrico, basta pisar no acelerador que ele dispara pelo asfalto com extrema facilidade. 

Os comandos de direção são feitos por meio de botões no console central.

No entanto, como ele é tração dianteira, não conta com aquele “soco” ao pisar fundo no acelerador, algo até comum em modelos elétricos, mas de tração traseira ou integral. Além disso, o sistema “one pedal” otimiza ainda mais a condução, sem precisar acionar o freio para fazer o veículo parar totalmente. 

Por ser elétrico, não há transmissão, ou seja, as acelerações são sempre fluidas. Os comandos de direção são feitos por um ousado sistema de botões. A suspensão também trabalha bem e não repassa as inúmeras imperfeições do solo para a cabine, deixando a viagem ainda mais confortável, já que não há qualquer ruído externo.

Carga e recarga

Cerca de uma hora em um wallbox, ganho de 41 quilômetros.

Falando em viagem, um ponto crucial que melhorou muito no Bolt é a autonomia da bateria. Com uma condução otimizada, ele percorre tranquilamente mais de 400 quilômetros com uma única carga. Durante o nosso teste, a cada pouco mais de 100 quilômetros rodados, ele diminuiu o equivalente na autonomia. E com 100% de carga apresentava 412km. 

Na questão da recarga, uma hora em um carregador wallbox, daqueles de shoppings e afins, ele ganhou aproximadamente 41 quilômetros, ou seja, para chegar em 100%, seria preciso cerca de 10 horas. Infelizmente, em Brasília ainda não existe carregador público de alta voltagem, ou DC. Em um de 50kWh, a Chevrolet afirma que o Bolt ganha 200 quilômetros em mais ou menos 40 minutos, ou seja, uma parada rápida no mercado.

A opinião do Diário Motor

Chevrolet Bolt EUV Premier.

O Bolt, com o EUV, mostra uma grande evolução do modelo anterior para o atual, principalmente na condução, autonomia e equipamentos, bem otimizados e interessantes. Apesar dos dois grandes poréns – o preço, R$ 280 mil quando há rivais mais baratos, ou na mesma faixa de preço, mas mais potentes e divertidos, complica, além da aposentadoria precoce – ele se mostra um elétrico bem encaixado dentro do que o mercado oferece. 

O fato dele ter chegado ao Brasil praticamente “morto”, já que a produção mundial encerra agora, pesa também, mas ele serve para mostrar que a próxima geração de elétricos da marca, com Equinox e Blazer EV principalmente, já confirmados para cá, tem de tudo para serem modelos interessantes. Dentro do organograma de elétricos, se ainda achar uma unidade disponível, vale o teste com possível compra! Nota: 7.

Ficha técnica

Motor: elétrico

Potência máxima: 203cv 

Torque máximo: 36,7kgfm 

Transmissão: automática 

Direção: elétrica

Freios: a disco nas quatro rodas

Autonomia: 377 quilômetros (padrão Inmetro)

Porta-malas: 440 litros

Dimensões (A x L x C x EE): 1.616 x 1.770 x 4.306 x 2.675mm  

Valor: R$ 279.900

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