Com incertezas, Anfavea revisa projeções do setor automotivo

A crise mundial dos semicondutores dificulta as expectativas tanto na produção, quanto nos emplacamentos de veículos no Brasil

No último mês, o Brasil produziu 21,3% menos veículos quando comparado com o mesmo período de 2020. No total, contando toda a cadeia automotiva, 173,3 mil unidades saíram das linhas de produção brasileiras em setembro, contra 220,2 mil do ano passado. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

No acumulado do ano, de acordo com a entidade, os números ainda são positivos, com produção de 1.649 milhão de veículos em 2021, contra 1.330 milhão de 2020, alta de 24%. No entanto, apesar da alta, para a Anfavea, o número está aquém do desejado e esperado.

Segundo a associação, a redução brusca nos números de setembro se deve, principalmente, à crise de semicondutores que atinge o mundo inteiro. A entidade afirma que a indústria automotiva global deve perder de sete a nove milhões de veículos produzidos em 2021, retornando a níveis de 2020. 

Com isso, a Anfavea revisou suas projeções para o mercado automotivo brasileiro em 2021. De acordo com a associação, a dificuldade é grande, dadas as incertezas geradas pela crise dos semicondutores. Assim, a entidade trabalha com um intervalo de possibilidades para o ano, a depender do abastecimento para a produção de suas fábricas.

As vendas de novos veículos este ano podem variar de 2.038 milhões a 2.118 milhões, ou seja, com cenários de queda de 1% a crescimento de 3% na comparação com 2020. A produção deve variar entre 2.129 milhões e 2.219 milhões, o que representará um aumento de 6% a 10% quando comparado com o ano anterior. Já as exportações, ficarão entre 357 mil a 377 mil unidades, alta de 10% a 16%. 

“Nunca havíamos tido tanta dificuldade em enxergar o cenário em curto prazo na indústria automotiva. As incertezas para garantir a produção de veículos é grande com a crise de fornecimento global. Estamos presenciando uma procura por parte dos consumidores para compra de novos produtos, mas não temos unidades para atender à demanda”, explica Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.